Líderes do G8 iniciam cúpula entre divergências e protestos
Angela Merkel tenta chegar a um acordo com Bush sobre a mudança climática.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse a líderes mundiais na quinta-feira que eles precisam trabalhar para regulamentar a globalização e conter a atividade dos fundos de alto risco.
Em sua primeira reunião de cúpula do Grupo dos Oito, Sarkozy disse que é a favor do estímulo ao comércio de livre mercado, mas afirmou que as regras precisam ser as mesmas para todos os participantes.
Uma fonte francesa disse que ele criticou particularmente a China por seus controles de câmbio e por não abrir seu mercado interno para a competição de outros países.
"Milhões de pessoas no mundo estão assustadas. Precisamos de regras para governar a globalização", disse Sarkozy a jornalistas, depois de reunião com líderes dos Estados Unidos, Japão, Grã-Bretanha, Alemanha, Rússia, Itália e Canadá.
"Falamos sobre fundos de capital de risco que são especulativos e não visam gerar riqueza. Não podemos aceitar isso e fui apoiado tanto pelo (primeiro-ministro britânico) Tony Blair quanto pelo presidente Bush (dos EUA)", disse ele.
"Também conversamos sobre a administração do câmbio, uma vez que o 'dumping' monetário existe. É uma discussão muito interessante e faz as pessoas entenderem que não sou protecionista, que quero competição, mas quero competição justa."
Uma fonte francesa disse que Sarkozy também pediu que a China adote normas internacionais de câmbio.
"A China administra sua moeda de uma maneira política. Todos deveriam seguir as mesmas regras", disse Sarkozy, de acordo com a fonte. Quanto ao comércio internacional, o presidente pediu que países, especialmente a China, fizessem concessões.
"Ele disse que o mercado chinês deveria se abrir", disse a fonte, que preferiu permanecer anônima.
Falando depois a jornalistas, o novo presidente francês disse que havia dito ao presidente da Comissão Européia, o português José Manuel Barroso, que não vendesse interesses europeus nas negociações de comércio.
"Eu disse ao Sr. Barroso que queremos reciprocidade, e o fim da ingenuidade", disse ele.
Sarkozy ganhou as eleições do mês passado com uma plataforma de mudanças. Ele disse ao G8 que cumprirá suas promessas de campanha, que incluíram cortes nos impostos e leis trabalhistas mais flexíveis.
"Ele disse que tem um mandato muito claro do povo francês para uma reforma profunda no país", relatou a fonte.
Dando indicações de uma das reformas que tem em mente, Sarkozy elogiou as regras trabalhistas da Grã-Bretanha, Estados Unidos e Alemanha.
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