"Vou ser o presidente de todos os franceses", diz Sarkozy ao ser eleito

O candidato conservador venceu a socialista Ségolène Royal, que admitiu a derrota.

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A menos de duas semanas das eleições, direita e esquerda jogam suas forças na batalha pelas legislativas na França: o presidente Nicolas Sarkozy, em posição de força, participava nesta terça-feira de um comício eleitoral no Havre, enquanto os líderes socialistas se uniram para um discurso em Paris.

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Este confronto a distância entre Sarkozy e Ségolène Royal, derrotada na eleição presidencial de 6 de maio, aparece como uma espécie de "terceiro turno", com resultado, no entanto, mais uma vez favorável à direita.

O novo presidente estava no Havre (noroeste) para "uma grande congregação republicana", que será sua única participação na campanha.

"Não se deve cair na hipocrisia. É normal e coerente que o presidente da República queira poder aplicar o projeto que conseguiu fazer aprovar surante sua campanha", afirmou Patrick Devedjian, o novo secretário-geral da União por um Movimento Popular (UMP).

Nicolas Sarkozy, que conta, segundo uma pesquisa, com um nível de aprovação de 65%, escolheu para apresentar novamente seu programa uma cidade dirigida por um prefeito de centro-direita mas que acabou votando em Ségolène Royal no segundo turno da eleição presidencial.

Logo depois das legislativas de 10 e 17 de junho, ele pretende levar à aprovação dos deputados leis fiscais, penais, sobre a segurança e a imigração, além de uma lei sobre a autonomia das universidades, no contexto da "ruptura" que prometeu aos franceses.

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A intervenção de um chefe de Estado numa campanha para legislativas é inusual na França, mas não inédita: Valéry Giscard d'Estaing (centro-direita) interveio em 1978, e o socialista François Mitterand, em 1986.

As pesquisas sobre as intenções de voto dos franceses são todas amplamente favoráveis à direita. Segundo a última pesquisa, do instituto Ipsos, a UMP reúne 43,5% dos votos, contra 28,5% do Partido Socialista (PS) e seus aliados.

Depois do segundo turno das legislativas, a UMP e seus aliados de direita devem obter entre 380 e 442 das 577 cadeiras do Parlamento, ou seja, muito mais que as 289 necessárias para caracterizar a maioria. Os deputados são eleitos por cinco anos.

Os socialistas ficariam com apenas 102 a 142 cadeiras, e os centristas de François Bayrou (18,57% dos votos nas eleições presidenciais), com apenas um a seis representantes.

Para limitar os danos, os socialistas, cujos líderes têm opiniões diferentes sobre as lições a tirar do fracasso de Ségolène Royal na eleição presidencial, devem tentar na noite desta terça-feira durante um grande comício eleitoral em Paris apresentar uma frente unida e combativa capaz de encarar o "buldôzer" Sarkozy.

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Royal lançou segunda-feira um apelo à mobilização para "construir uma nova oposição".

"Quero que as pessoas sintam que eu estou aqui, firme e forte, e que haverá um amanhã", havia dito no sábado, já pensando na eleição presidencial de 2012.

O líder socialista Dominique Strauss-Kahn, da tendência "social-democrata", disse esperar que a derrota do PS nas legislativas não seja muito contundente, para que o partido possa empreender sua renovação.

Para o prefeito de Paris, o socialista Bertrand Delanoë, o presidente Sarkozy "precisa de uma oposição inteligente, construtiva e combativa".

"Um poder que dispõe de todos os comandos e que tem uma cultura autoritária inerente é perigoso para a França", sentenciou.

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