O presidente da França, Nicolas Sarkozy, telefonou nesta quarta-feira (12) para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiando sua iniciativa de buscar alternativa às eventuais sanções impostas ao Irã pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). Por pressão dos Estados Unidos, a comunidade internacional discute a possibilidade de punir o governo do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad pela suposta fabricação de armas atômicas.
Na conversa, Sarkozy destacou o empenho de Lula e seus esforços por tentar evitar a imposição de sanções. O telefone ocorreu uma semana depois de o ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, ter levantado dúvidas sobre a capacidade de compreensão de Lula a respeito das reais intenções contidas no programa nuclear iraniano. Na última quinta-feira (6), o chanceler insinuou que o presidente brasileiro poderia ser enganado pelos iranianos.
Lula viaja para o Irã no próximo dia 15 e passa dois dias no país. Na viagem, o presidente vai reiterar a necessidade de Ahmadinejad mostrar para a comunidade internacional que o programa nuclear iraniano tem fins pacíficos e não esconde informações da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).
O governo do presidente norte-americano, Barack Obama, tem contado com o apoio de franceses, alemães e ingleses em uma campanha internacional para adotar sanções contra o Irã. Os Estados Unidos, a Alemanha e a Inglaterra suspeitam que o programa nuclear iraniano vise, na realidade, à produção de armas nucleares. Os governos desses países alegam que os iranianos não permitem a vistoria da Aiea em suas usinas. Ahmadinejad e seus assessores negam as acusações e afirmam que as usinas foram vistoriadas em várias oportunidades.
O presidente iraniano atacou nesta quarta-feira os Estados Unidos, acusando o país de alterar as regras e os regulamentos existentes para se beneficiar. Segundo ele, a intenção daquele país é atacar as nações independentes e "monopolizar o uso da energia nuclear" e da tecnologia. O assunto será tema de discussões, no final de junho, no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
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