Heiligendamm,Alemanha Depois de ameaçar com o veto um possível acordo da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), o presidente francês, Nicolas Sarkozy, declarou ontem que não se pode ser "ingênuo" nessa questão e que seu governo vai defender a proteção do mercado agrícola com o mesmo afinco com que os Estados Unidos se mantiverem reticentes ao corte nos subsídios a seus agricultores. "A ingenuidade, nós precisamos deixá-la no vestiário", disse ao final do encontro anual do G8.
Sarkozy deixou claro que não mudará a posição tradicional da França em relação ao protecionismo agrícola enquanto a Europa não obtiver ganhos reais na Rodada. "Disse muito francamente ao presidente (dos Estados Unidos, George) Bush: somente teremos qualquer acordo se houver reciprocidade", afirmou o francês. Referiu-se a um dos principais obstáculos das negociações a insistência dos americanos em reduzir seus subsídios só quando os europeus cortarem suas tarifas de importação.
A farpa atirada por Sarkozy, entretanto, não estremeceu o otimismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a possibilidade de um acordo. "Eu estou convencido de que estamos apenas por um fio (da conclusão da Rodada), como se fosse um jogo de pôquer. Ou seja, cada um está com suas cartas escondidas, pedindo mais cartas e colocando mais fichas na mesa. Sempre haverá um momento em que o jogo vai aparecer", afirmou. "Eu saí convencido de que todos querem fazer o acordo. Portanto, não se surpreendam se, em um tempo menor do que vocês esperam, seja anunciado finalmente um acordo da Rodada de Doha. Aquilo que parecia impossível vai acontecer", acrescentou.
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