Eleitores de Hollande festejam mesmo antes de resultados saírem
O presidente conservador Nicolas Sarkozy foi alvo do descontentamento pelo crescimento do desemprego durante o mandato de cinco anos. Leia a reportagem completa
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Nicolas Sarkozy reconheceu no início da noite deste domingo (6) a vitória do seu adversário nas eleições presidenciais da França, o socialista François Hollande, que chamou de "novo presidente" da República.
Em declaração pública, Sarkozy disse que "a França tem um novo presidente da República, que o povo francês elegeu de forma democrática e republicana".
"François Hollande é o novo presidente da França e deve ser respeitado", declarou Sarkozy a seus partidários em Paris.
No discurso, o atual presidente assumiu "toda a responsabilidade pela derrota" e desejou "boa sorte" a Hollande.
Sarkozy também comunicou a seus partidários, que recebeu no Palácio Presidencial, que não liderará a luta para as eleições legislativas, previstas para 10 e 17 de junho.
"Não se dividam, permaneçam unidos. É preciso vencer a batalha das legislativas. Podemos ganhar. O resultado (deste domingo) foi honroso. Mas não vou liderar esta campanha", disse o presidente aos líderes do seu partido, a União por um Movimento Popular (UMP).
"Minha posição não pode ser a mesma. Meu compromisso com a vida do meu país será diferente agora", destacou o presidente, recordando que nos dez últimos anos ocupou vários ministérios e a chefia de Estado.
O atual presidente francês afirmou que conversou com o Hollande logo após o encerramento da votação. "Eu acabo de falar com ele pelo telefone para desejá-lo boa sorte", disse Sarkozy, após institutos de pesquisa projetarem Hollande com uma vitória entre 51,8 e 52 por cento dos votos, com base na contagem inicial das cédulas.
Sarkozy disse a seus apoiadores que assume a responsabilidade por sua derrota: "É o número um que assume a responsabilidade."
O candidato socialista François Hollande venceu o segundo turno da eleição presidencial na França, realizado neste domingo (6), segundo dados preliminares obtidos pelo jornal The Wall Street Journal. Se o resultado se confirmar, Nicolas Sarkozy será o primeiro presidente francês a não conseguir se reeleger em mais de três décadas. Sarkozy será também o 11º líder da zona do euro a perder o poder em meio à crise fiscal da região.
A votação foi encerrada às 15 horas (horário de Brasília) em algumas grandes cidades francesas, mas amostras de números preliminares mostram que Hollande, de 57 anos, obteve entre 52% e 53% dos votos. Sarkozy, que tem a mesma idade, teria conquistado de 46,7% a 48% dos votos, indicam os dados. Pesquisas de opinião divulgadas até sexta-feira já apontavam a provável vitória de Hollande.
A crise europeia deixou profundas cicatrizes na economia francesa, fazendo a taxa de desemprego subir para quase 10%, a mais alta em 13 anos, e a dívida pública saltar para quase 90% do Produto Interno Bruto (PIB), de 64% em 2007, quando Sarkozy assumiu a presidência.
Hollande prometeu, se eleito, se esforçar para reduzir o déficit orçamentário francês para não alimentar ainda mais a crise da zona do euro. Diante da fragilidade da economia francesa, a segunda maior depois da Alemanha na área do euro, o socialista prometeu buscar ajuda fora do Banco Central Europeu (BCE), uma ideia a qual os alemães se opõem.
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