"Se Chávez fechar a Globovisión, será o princípio de seu fim". Foi desta forma que reagiu o diretor-geral da emissora de TV venezuelana sobre a qual pesa a ameaça de fechamento por parte do governo desse país, quase um mês depois que a Rádio Caracas Televisión (RCTV) cessou suas transmissões por não ter a concessão renovada pelo presidente venezuelano Hugo Chávez.

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"A Globovisión é o único canal onde a oposição pode se declarar e os chavistas podem fazer as suas denúncias, e o único onde a linha editorial não é imposta pelo governo", afirmou Alberto Ravell, admitindo que um dos erros de sua emissora "foi o fato de não ser crítica em relação à oposição, que não se uniu para enfrentar o governo".

Sobre a Globovisión pesa uma denúncia apresentada no fim de maio pelo ministro da Comunicação venezuelano, William Lara, por uma suposta tentativa de magnicídio atribuída pelo governo por ter difundido imagens do Papa João Paulo II durante o atentado que sofreu em 1981 com uma canção de Rubén Blades ao fundo dizendo "tenham fé".

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Segundo Ravell, a concessão de transmissão da Globovisión vence em 2020, enquanto que o atual governo venezuelano fica no poder até 2015.

Contra os EUA

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, declarou no domingo (24) que a Venezuela está empenhada em uma "guerra de resistência" contra a "guerra global" dos Estados Unidos e em estabelecer o socialismo.

A poucos dias de iniciar uma viagem por Rússia, Irã e Bielo-Rússia, países com diversos conflitos com Washington, Chávez afirmou, vestido com seu tradicional traje militar de campanha verde-oliva, que "a guerra de resistência é a arma com a qual estamos derrotando e derrotaremos a ameaça da guerra imperial" dos Estados Unidos.

Diante de uma parada militar de três horas na principal fortaleza castrense para celebrar o Dia do Exército, Chávez ressaltou que as Forças Armadas são "uma instituição para promover o projeto nacional que a maioria dos venezuelanos adotou: o socialismo".

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"Entramos no novo tipo de guerra global depois da Guerra Fria e, especialmente, do 11 de setembro de 2001 (data dos atentados contra Nova York e Washington)".

O presidente venezuelano disse ainda que os Estados Unidos são "o império mais agressivo, mais imoral e mais cínico de todos que existiram, ameaçam todo o mundo e dizem que irão até o canto mais afastado do planeta para combater o terrorismo, utilizando-o como desculpa".

O governo do presidente George W. Bush "seqüestra pessoas ou as prende, tirando-lhes todos os seus direitos de maneira descarada, desafiando o mundo todo, desafiando a soberania dos povos e os Estados do planeta".

"Estamos prontos para dar até a última gota de sangue para defender a Venezuela, que o império norte-americano não se engane", afirmou.

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