O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu neste domingo (15) que o mundo acelere a ajuda para as vítimas das enchentes no Paquistão, visto que 20 milhões de pessoas estão desabrigadas e novas inundações atingiram os vilarejos do país.
A distribuição de alimentos, que estava sendo entregue por um veículo de ajuda humanitária perto da cidade de Sukkur, na província de Sindh - a mais atingida pelas chuvas - foi suspensa depois que os sobreviventes brigaram entre si pelos alimentos, rasgando as roupas uns dos outros e provocando um enorme caos.
"A impaciência das pessoas nos privou da pouca comida que estava chegando", afirmou Shaukat Ali, uma das vítimas das enchentes que aguardavam pelos alimentos.
As piores enchentes já enfrentadas pelo país deixaram até agora 1.500 pessoas mortas e destruíram 3,2 milhões de hectares de culturas de algodão, açúcar, cana e trigo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou para as terríveis consequências econômicas ao país, já dependente de ajuda externa para manter sua economia.
A ONU pediu por uma ajuda inicial de US$ 460 milhões para as vítimas das enchentes no Paquistão, mas somente 20% do valor foram enviados ao país. Ban Ki-moon visitou o Paquistão neste domingo para observar a área atingida pelas inundações e reunir-se com líderes governamentais que foram criticados pela sua reposta ao desastre.
"Eu estou aqui para ver o que mais precisa ser feito e pedir à comunidade internacional para que acelere a ajuda à população do Paquistão", afirmou o secretário-geral da ONU.
Águas de um metro e meio varreram a cidade de Derra Allah Yar, na fronteira entre as províncias de Sindh e Baluchistan, onde vivem 300 mil pessoas, disse Salim Khoso, funcionário do governo local. Cerca de 200 mil pessoas abandonaram a região. "Nós precisamos alimentá-los, mas não sabemos como", afirmou Khoso.
Em uma declaração transmitida na televisão, o primeiro-ministro do Paquistão, Yousuf Raza Gilani, declarou que 20 milhões dos 180 milhões de habitantes do país estavam desabrigados. Muitos deles poderão retornar para suas casas assim que as enchentes acabarem. As informações são da Associated Press.