Angela Merkel: há muitos indícios de que MH17 foi abatido
Agência Estado
Na entrevista coletiva em Berlim, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que o voo MH17 parece ter sido abatido.
Merkel disse que ela "não tinha clareza" sobre quem era culpado por abater o avião.
"Há muitos, muitos indícios de que estamos lidando com um avião abatido", disse Merkel durante a sua coletiva de imprensa anual de verão. "Quem quer que seja deve ser levados à justiça. Para isso, precisamos de uma investigação independente".
Equipes de resgate recuperaram uma segunda caixa-preta nesta sexta-feira (18) do avião de passageiros da Malaysia Airlines que caiu no leste da Ucrânia. Os socorristas, no entanto, não conseguiram especificar se é a caixa que registra as conversas da tripulação ou a que armazena os dados técnicos do voo.
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Separatistas pró-Rússia na região disseram que tinham encontrado uma das caixas-pretas na quinta-feira (17), quando o avião caiu, matando todas as 298 pessoas a bordo.
Separatistas prometem garantir acesso à área
Os rebeldes pró-Russia permitirão aos investigadores ter acesso de forma segura ao local onde caiu a aeronave, anunciou nesta sexta-feira a Organizaçao para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce).
Durante um videoconferência entre a Osce, Rússia e a Ucrânia com a participação dos separatistas, estes aceitaram oferecer um "acesso seguro a uma comissão nacional de investigação acompanhada de investigadores internacionais", indicou a Osce em um comunicado.
Rússia e Ucrânia trocam acusações após queda
A queda do avião da Malaysia Airlines no Leste da Ucrânia gerou uma forte troca de acusações entre os governos ucraniano e russo, além de separatistas pró-russos que controlam a região - todos negaram envolvimento no caso - e pode acirrar ainda mais a disputa na região.
Logo após o acidente, o Ministério do Interior ucraniano afirmou que o voo MH17 foi, provavelmente, abatido por um míssil Buk de fabricação russa. O uso de míssil foi depois confirmado por fontes da Inteligência americana, e os EUA estão agora tentando determinar quem teria feito o disparo. Separatistas pró-russos, por sua vez, disseram que a aeronave, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, fora derrubada em território ucraniano por um jato do governo local.
Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou desconhecer que os rebeldes tivessem lançadores de mísseis Buk. E, segundo ele, mesmo que o possuíssem, não poderiam operá-lo.
Até uma versão de que o alvo poderia ser o presidente russo foi noticiada pela agência estatal do país. "Posso dizer que o avião do presidente russo e o Boeing malaio se cruzaram no mesmo ponto e no mesmo nível de voo. Isso aconteceu perto de Varsóvia, numa altitude de 10.100 metros. O avião do Vladimir Putin estava lá às 16h21m, hora de Moscou, o avião malaio às 15h44m, hora de Moscou", disse uma fonte da Aviação Russa.
Nos EUA, o vice-presidente americano, Joe Biden, também reforçou a teoria ucraniana. "O avião foi aparentemente derrubado, e digo aparentemente porque não temos todos os detalhes. Não é um acidente. A aeronave caiu perto da cidade Shakhtarsk, na aldeia de Grabovo, região de Donetsk", área controlada por separatistas pró-Rússia, que vêm lutando contra o Exército ucraniano. Nesta quinta-feira, insurgentes sugeriram uma trégua de dois ou três dias para os trabalhos de resgate.
As versões são muitas. Segundo uma fonte do Ministério da Defesa da Ucrânia, os rebeldes teriam atingido por engano o avião, numa tentativa de abater uma aeronave de carga da Força Aérea Ucraniana, que fora identificada pela defesa aérea russa. Não muito longe dali, segundo a fonte, estaria voando um Iliushin 76, com comida para soldados de Kiev.
Malaysia Airlines tem segundo acidente catastrófico em menos de um ano
Segundo a Malaysia Airlines, empresa que já protagonizara um acidente aéreo em março, o avião partiu do aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, às 12h15 (horário local) e perdeu contato três horas mais tarde, a 60 km da fronteira entre os países. Ele era esperado em Kuala Lumpur, na Malásia, na manhã seguinte. A tripulação não relatou problemas durante o voo.
As informações sobre os passageiros a bordo são incompletas. Entre as vítimas, estariam 154 holandeses, 27 australianos, 38 malaios, 11 indonésios, seis britânicos, quatro franceses, quatro belgas, quatro alemães, três filipinos e um canadense, entre outros, e um total de 80 crianças. O maior número de holandeses deve-se ao fato de o voo ser compartilhado com a companhia local KLM. Nesta quinta-feira, as autoridades ucranianas fecharam as rotas aéreas sobre o Leste do país.
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