As equipes de busca e resgate dos destroços do voo 9525, da Germanwings, encontraram nesta quinta-feira a segunda caixa-preta do Airbus A320, informou o promotor de Marselha, Brice Robin. Com a descoberta, registros do voo serão analisados pelos investigadores e poderão ajudar a decifrar se o copiloto Andreas Lubitz efetivamente derrubou o avião.
A primeira caixa-preta, encontrada horas após o acidente, revelou as gravações de voz da cabine. Foram elas que ajudaram a decifrar que o piloto Patrick Sonderheimer ficou fora da cabine e tentava arrombar a porta do cockpit. Robin afirmou em uma coletiva posterior que Lubitz teria deliberadamente proibido a entrada de Sonderheimer.
Segundo a promotoria alemã, também foi encontrado um tablet no apartamento de Lubitz que continha buscas sobre “maneiras de cometer suicídio” e o funcionamento de portas de cabine. As buscas ocorreram entre 16 e 23 e março, um dia antes do acidente.
A segunda caixa-preta contém o registro dos dados de voo do avião. As equipes de busca trabalham há dez dias no local da queda do avião. A tragédia matou todas as 150 pessoas que estavam a bordo da aeronave, que fazia o trajeto entre Barcelona (Espanha) e Düsseldorf (Alemanha).
O promotor Brice Robin disse que “tudo indica” que a caixa-preta “poderá ser analisada” apesar de estar bastante danificada. Ele explicou em entrevista coletiva que a segunda caixa-preta, achada dez dias depois do acidente, encontrava-se enterrada no solo. “Foi preciso escavar para tirá-la. Parece que foi exposta ao fogo porque está totalmente enegrecida”, contou.
A caixa-preta se encontra agora no quartel-general de campanha localizado na cidade de Seyne-les-Alpes, próximo ao local da tragédia, e será entregue para as autoridades que investigam o caso. A segunda caixa-preta deverá completar os dados obtidos da primeira, encontrada no mesmo dia da queda do avião e que contém as gravações na cabine.
A análise da segunda caixa-preta será feita pelo Escritório de Investigação e Análise da França (BEA). Desde o dia da tragédia, a busca da segunda caixa era uma das prioridades dos investigadores, mas a violência do choque, que caiu na montanha a 700 km/h, a deixou escondida entre os destroços da fuselagem.