O governo italiano anunciou nesta terça-feira que planeja adotar novas medidas de segurança, como bloquear páginas na Internet que cultivam o ódio a figuras públicas, para proteger os políticos depois do ataque contra o premiê Silvio Berlusconi no domingo.
O multimilionário empresário de 73 anos, que sofreu fratura no nariz, ferimentos nos lábios e dentes quebrados, deve ter alta do hospital na quarta-feira, mas permanecerá em repouso por ao menos duas semanas, disse na terça-feira seu médico pessoal.
Berlusconi, cujo posicionamento político poderia voltar a ganhar força devido a uma onda de solidariedade causada pelo ataque, se mostrou tranquilo em sua primeira mensagem pública aos italianos desde que entrou no hospital.
"Repito a todos que fiquem tranquilos e tenham confiança", disse a seus seguidores em sua página na Internet. "O amor sempre vence a inveja e o ódio", acrescentou.
Enquanto a Itália continuava refletindo sobre se o ataque foi produto de um "clima de ódio" provocado pelo premiê, o ministro do Interior, Roberto Maroni, disse que o gabinete emitirá na quinta-feira medidas urgentes para proteger os italianos e seus líderes.
Citando o risco de uma "perigosa espiral de ataques similares" e absolvendo de culpa as forças de segurança, Maroni disse que o governo está considerando bloquear páginas de Internet ou grupos de redes sociais que incitem a violência. Também vai considerar novas regras para os comícios em lugares públicos.
Parlamentares conservadores se inquietaram com a aparição de grupos no Facebook elogiando Massimo Tartaglia, o homem de 42 anos que atacou Berlusconi.
Analistas acreditam que o fator compaixão, provocado pelas imagens de Berlusconi com o rosto ensanguentado, poderá favorecer sua posição política no momento em que sua popularidade havia começado a cair por crescentes problemas legais e escândalos sexuais.