Tóquio - A Tokyo Electric Power Co. (Tepco), operadora da usina nuclear de Fukushima/Daiichi, disse ontem que a linha de eletricidade externa foi conectada aos seis reatores do complexo, um ganho modesto na luta das autoridades japonesas para conter a crise na usina e que virou um assunto de preocupação internacional. A Tepco alertou que ainda é necessário verificar os sistemas de resfriamento dos reatores antes de passar eletricidade aos equipamentos, um processo que levará dias ou até semanas para ser concluído.
Um aumento da radiação, no final da tarde de ontem, bem como contínuas e misteriosas emissões de fumaça e vapor de dois dos reatores mais problemáticos, colocaram em evidência a incerteza da situação enquanto o governo e os trabalhadores da usina lidam com um acontecimento sem precedentes.
A empresa informou ontem que substâncias radioativas excedendo os níveis normais, emitidas pelo Japão, foram detectadas na água do mar, disse o Wall Street Journal, aumentando a possibilidade de contaminação que a usina pode provocar na vida marinha após a radiação ter sido detectada em alimentos produzidos na região.
Resfriamento
O esquadrão de resgate do Corpo de Bombeiros de Tóquio jogou ontem cerca de 180 toneladas de água no reservatório de água de armazenamento de combustível do reator 3, usando um canhão de água de um caminhão de bombeiros. Um caminhão alemão também jogou 150 toneladas de água no reservatório do reator 4. Os funcionários temem que o combustível nuclear usado armazenado no local se aqueça e libere material radioativo.
A radiação no portão principal da usina saltou subitamente para 472.2 microsierverts por hora, às 19h30 pela hora de ontem. No resto do dia, a radiação voltou a cair para 235.9 microsierverts por hora. Em comparação, um sessão inteira de raio-X dentário resulta numa radiação de 400 microsierverts. Funcionários da Tepco afirmam que a radiação subiu no local por causa de uma mudança na direção dos ventos.