O enviado de Washington para a paz no Oriente Médio encerrou nesta sexta-feira uma semana de viagens diplomáticas na região com pouco para mostrar como resultado de seus esforços, já que Israel e os palestinos mantêm posições profundamente opostas na questão dos assentamentos judaicos.
O presidente norte-americano, Barack Obama, pode ainda ser o anfitrião de uma reunião de cúpula, na semana que vem, com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York. Mas seu enviado à região, George Mitchell, tem mais trabalho pela frente antes de qualquer retomada substancial de negociações de paz.
Cada lado culpa o outro pelo fracasso, mas se compromete a continuar dialogando. Nenhuma das partes deve recusar um convite de Obama, mas autoridades dos dois lados admitem que uma foto e apertos de mão na ONU não serão suficientes para relançar o processo de paz se não houver mudanças substanciais nas posições em negociação.
"As visitas diplomáticas de Mitchell terminaram sem acordo", disse o negociador palestino Saeb Erekat depois que o enviado norte-americano se encontrou com Abbas na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, para conversações encaixadas entre os encontros dele com Netanyahu em Jerusalém, cidade vizinha.
Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado Ian Kelly admitiu que o resultado foi decepcionante.
"Claro que nós esperávamos um acordo. Claro que esperávamos por algum tipo de rompimento do impasse", disse Kelly aos repórteres. "Isto vai exigir muita paciência e os EUA estão prontos para manter a paciência, manter o engajamento e fazer os esforços necessários para atingir esta meta."
Netanyahu, no poder desde março, à frente de uma coalizão de direita que se mantém cética quanto às intenções dos palestinos, está em meio à fase mais amarga das relações EUA-Israel em uma década, ao desafiar a exigência do novo presidente norte-americano de que contenha os assentamentos.
Mitchell, um ex-senador que teve o mérito de ajudar a levar a paz à Irlanda do Norte, mantém o costumeiro silêncio sobre seu trabalho.
Autoridades israelenses disseram que Netanyahu, cujo gabinete de direita inclui políticos fortemente pró-colonos, tinha oferecido a Mitchell um congelamento em construções na Cisjordânia por nove meses --mais do que os seis meses que Israel indicara anteriormente que iria estudar.
Mitchell pressiona por um congelamento de um ano, disseram eles.
"Os palestinos não mostraram nenhuma flexibilidade sobre os assentamentos, enquanto Israel mostrou", disse uma autoridade da equipe de Netanyahu.
Congresso reage e articula para esvaziar PEC de Lula para segurança pública
Lula tenta conter implosão do governo em meio ao embate sobre corte de gastos
A novela do corte de gastos e a crise no governo Lula; ouça o podcast
Crítico de Moraes e Lula e ex-desafeto de Trump: quem é Marco Rubio, o novo secretário de Estado dos EUA