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O senado americano, dominado pelos democratas, aprovou nesta quinta-feira o projeto de lei que fixa uma data para a retirada gradual das tropas americanas do Iraque a partir do dia primeiro de outubro. A vitória, no entanto, é parcial. O presidente americano, George W. Bush, já afirmou que vetaria qualquer lei que tivesse relação com a retirada dos soldados e os democratas reconhecem que não têm votos suficientes para derrubar a decisão presidencial. A medida de hoje prevê também repasse de cerca de 100 bilhões de dólares para a manutenção das tropas.

Com 51 votos contra 46 a legislação prevê a retirada de ao menos 150 mil soldados dos EUA no país árabe. A data final para a retirada dos últimos militares seria em março de 2008.

- O presidente falhou na missão de levar paz e estabilidade ao povo do Iraque - disse o senador Robert Byrd, à agência de notícias Associated Press. Mais tarde ele acrescentou: "Já está na hora de trazer nossas tropas de volta".

Fora do senado, o comandante das tropas americanas no Iraque, David Petraeus, disse aos jornalistas que a guerra seria difícil antes de melhorar e obter seus resultados.

A medida aprovada nesta quinta-feira é resultado da combinação de duas leis elaboradas separadamente pela câmara e pelo senado, e que já haviam sido ameaçadas com o veto presidencial.

Os senadores republicanos John McCain, candidato à Presidência, e Lindsey Graham não votaram O republicano Tim Johnson está se recuperando de uma hemorragia cerebral e também não participou da votação.

- Esse terrível capítulo de nossa história tem que chegar ao final - disse o parlamentar democrata James McGovern, que defende o cronograma.

Por não poder vetar o veto de Bush, o Congresso deve elaborar um novo projeto para dar mais dinheiro ao Pentágono, antes que o departamento fique sem verbas para combate, o que pode acontecer entre junho ou julho.

Não está claro, no entanto, se os democratas tentariam impor novas condições em um eventual segundo projeto de lei.

De acordo o general David Petraeus, a medida "afundará o país no caos".

Americanos são favoráveis à retirada

Segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira, a maioria dos americanos acredita que a vitória no Iraque não é mais possível e apóia os democratas em suas tentativas para estabelecer um cronograma para a retirada das tropas. De acordo com a enquete da NBC/Wall Street Journal, 56% disseram concordar com os democratas e apenas 37% apóiam Bush. Além disso, 55% avaliaram que "a vitória no Iraque já não é possível", contra 36% que adotaram o ponto de vista contrário.

Apenas 22% declararam crer que os Estados Unidos avançam na direção correta em termos gerais. O ponto mais baixo neste sentido foi em julho de 2002, antes, portanto, da invasão ao Iraque de março de 2003, quando 14% achavam que o país ia pelo bom caminho.

A sondagem foi realizada com 1.004 americanos, entre 20 e 23 de abril, e sua margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos.

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