Uma iniciativa legislativa para a descriminalização do consumo de maconha com fins medicinais e religiosos chegará amanhã ao Senado da Jamaica, onde em 30 de janeiro começará o debate da proposta.

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O Senado jamaicano receberá nesta sexta-feira (23) uma série de emendas à Lei de Drogas Perigosas de 1948 que, se aprovada, significariam a descriminalização da "ganja", termo cunhado pelos rastafáris para se referir à maconha.

As mudanças legislativas, em que a ilha trabalha há meses, propõem que o consumo não seja delito, sempre que houver uma licença, que deverá ser concedida para quem comprovar interesses religiosos (reivindicados pelos rastafáris) ou medicinais.

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Além disso, propõem que deixe de ser crime portar no máximo duas onças (56 gramas) de "ganja", embora a pessoa seja multada com uma falta administrativa.

O governo explicou em comunicado que as emendas também contemplam a criação da Autoridade de Permissões de Cannabis para regular a indústria medicinal.

"A autoridade criará regulações para definir os procedimentos e critérios para conceder e reter licenças e permissões para o cultivo, processamento, distribuição, venda e outras manipulações da maconha", disse o senador e ministro da Justiça, Mark Golding, na quarta-feira à imprensa local.

Golding, que deverá autorizar em última instância toda a legislação promovida pelo órgão, se ele for criado, indicou que as emendas chegarão ao Senado amanhã, mas o debate começará em 30 de janeiro.

Esta série de emendas - que o senador prevê que sejam aprovadas com rapidez - representam uma grande mudança para a ilha caribenha, que proibiu o consumo de maconha há quase sete décadas. "É um grande alívio e um passo na direção correta", afirmou hoje Horace Matthews, líder do movimento rastafári da Jamaica.

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O governo da Jamaica reconheceu em 2003 o culto rastafári como religião, após uma sessão do Tribunal Constitucional que advertiu que isso não supunha a legalização da "ganja", como é defendido pelo credo.