O projeto de lei de reforma migratória proposto pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, foi na prática enterrado pelo Senado norte-americano nesta quinta-feira (28).
O plenário da Casa rejeitou a possibilidade de limitar o debate sobre o projeto. Foram 46 votos a favor e 53 contra. Com esta nova derrota, dificilmente a reforma migratória que Bush propôs será votada antes das eleições presidenciais em 2008 -pleito no qual os democratas tentarão retomar a Presidência depois de oito anos de governo republicano.
O projeto, que era um dos principais pontos da agenda do presidente George W. Bush, precisava de 60 votos para reduzir o debate a 30 horas, mas ganhou apenas 46, contra 53.
Agora, fica sem mais possibilidades de ser colocado em prática, já que o líder da maioria democrata, Harry Reid, disse que o retiraria se não conseguisse o respaldo necessário.
Esta é a segunda vez que o plenário da Câmara Alta vota contra limitar o debate sobre a reforma, visto que no último 7 de junho tinha sofrido o mesmo revés, com a diferença de 45 votos a favor e 50 contra.
Se Bush tivesse conseguido limitar o tempo de debate, os republicanos que o apóiam ainda poderiam tentar aprovar a lei, enviado pelo Executivo.
Os legisladores tinham destacado durante o debate prévio que se a iniciativa não passasse, não haveria outra possibilidade igual para aperfeiçoar o sistema migratório do país, que é de 1986, quando foi aprovada uma anistia para cerca de 3 milhões de imigrantes ilegais.
Se seguisse em frente, o projeto de lei se transformaria na primeira reforma migratória em duas décadas e estabeleceria um novo marco legal para os mais de 12 milhões de imigrantes ilegais que pelos cálculos vivam nos EUA -sendo 1,5 milhão de brasileiros.
Além disso, a iniciativa previa reforçar a segurança nas fronteiras com mais US$ 4,4 bilhões, estabelecer um programa de trabalhadores temporários e criar um sistema para que as empresas comprovassem o status legal de novos empregados.
Também contemplava o estímulo a um sistema de pontos, com prioridade para quem viesse a pedir residência permanente e tivesse alto nível educacional e habilidades profissionais especiais, ao invés de dar ênfase a seus vínculos familiares, como é feito até agora.
Depois da votação, Reid, visivelmente afetado pela derrota, agradeceu o esforço feito por todos os senadores que tinham trabalhado no projeto, e concluiu que a lição para todos deve ser que é preciso "se trabalhar mais estreitamente juntos".
De qualquer forma, as conseqüências da votação serão importantes, já que não é provável que o projeto seja retomado antes de 2009, quando houver um novo presidente e um novo Congresso.
A agenda política dos Estados Unidos ficará até lá lotada por causa de outros assuntos de alto importância, como a Guerra do Iraque e as eleições presidenciais.
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