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Boa parte dos conflitos existentes hoje no Cáucaso tem origem longínqua, no século 18, reforçados por divisões territoriais feitas pelos soviéticos. "Foi como um jogo de bonecas russas: um povo se encaixou dentro do território do outro", diz o professor da UFRGS, Raúl Rojo.

Nessa divisão territorial "retalhada", o povo dos ossetianos acabou dividido pela fronteira, estratégia que visava manter o povo tradicionalmente insubmisso sob controle. A Ossétia do Norte ficou na Rússia, e a do Sul, na Geórgia. Em 1989, esta declarou autonomia, resultando em conflitos violentos, adormecidos após um acordo de paz.

O recrudescimento veio com a eleição de Eduard Kokoity para a presidência da região, sob cujo governo a Ossétia do Sul votou em referendo pela separação de Tbilisi. Em reação, o Parlamento da Geórgia aprovou uma lei, em abril do ano passado, para criar uma administração temporária na região, elevando as tensões com a Rússia.

Com a declaração unilateral de independência da Sérvia pelo Kosovo, em fevereiro deste ano, e o apoio concedido pelo Ocidente, a Ossétia do Sul voltou a insistir em sua autonomia junto à comunidade internacional.

O governo de Tbilisi reagiu, solicitando sua adesão à Otan, o que foi rejeitado e provocou maior apoio russo à Ossétia do Sul e à Abkházia, outra região separatista da Geórgia.

A entrada-surpresa de forças da Geórgia na Ossétia do Sul, na última sexta-feira, suscitou a reação russa, que invadiu o território georgiano, num conflito de seis dias que deixou 2 mil mortos.

O cessar-fogo não encerra a questão, já que o presidente russo Dmitri Medvedev, em reunião com os líderes separatistas, reforçou seu apoio à autonomia.

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