Man Monis em foto tirada antes de uma audiência judicial em 2010| Foto: Dean Lewins/Efe

Man Haron Monis, autoproclamado clérigo islâmico, é o homem identificado como o sequestrador do café Lindt, no centro de Sydney. Imigrante iraniano de 50 anos com antecedentes de crimes de ódio e agressão sexual, ele exigia uma bandeira do Estado Islâmico e falar com o premier Tony Abbott. O incidente foi tratado como um ato de terrorismo e pode ter motivações políticas, de acordo com o primeiro-ministro.

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Nascido Manteghi Bourjerdi, chegou em 1996 à Austrália como refugiado. Em 2002, ele foi preso por assediar sexualmente uma mulher. Dentre as acusações que pesam sobre ele, está a de ameaçar e molestar mais de 47 mulheres enquanto se apresentava como um suposto xeque e líder espiritual. Ele está em liberdade condicional por conta das acusações e tem uma aparição marcada para fevereiro em uma corte australiana para dar explicações sobre os casos.

Recentemente, mandou várias cartas ofensivas a famílias de soldados australianos mortos em combate e em atentados. Outra das acusações contra Monis é que ele seria cúmplice do assassinato de sua ex-mulher. Ele também estaria em liberdade condicional pelo caso.

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Monis se dizia perseguido politicamente por conta de suas crenças, afirmando que era vítima de complôs por parte da justiça. Na manhã desta segunda-feira (noite de domingo no Brasil), ele entrou na cafeteria de Sydney com uma arma e uma bandana com uma frase em árabe, fazendo vários reféns.

Até o momento não se conhecem ligações de Monis com grupos extremistas, apesar de já ser conhecido da polícia. Em 2013, foi acusado de cumplicidade no assassinato da ex-mulher Noleen Hayson Pal, que foi esfaqueada e teve o corpo queimado.

O ex-advogado de Monis contou que às vezes o cliente agiu de forma irracional e acredita que ele estivesse agindo sozinho. "Sua ideologia é tão forte e tão poderosa que ofusca sua visão, bom senso e objetividade", contou o advogado.

Anteriormente, ele era muçulmano xiita, como a maioria dos iranianos, mas depois se converteu ao sunismo e mudou seu nome de Mohammad Hassan Manteghi Bourjerdi para Man Haron Monis. Sob o novo nome, publicou vários vídeos com sermões e sobre as cartas aos soldados. Pelas cartas, foi sentenciado a 300 horas de trabalho comunitário.

Acredita-se que o ataque tenha ocorrido após um recurso à Suprema Corte contra os processos que pesavam sobre ele. No início do mês, ele escreveu na internet: "Eu costumava ser um Rafadi, não mais. Agora sou muçulmano, Alhamdu Lillah."

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