Pelo menos 21 políticos locais e jornalistas foram assassinados no sul das Filipinas nesta segunda-feira pouco depois de terem sido sequestrados por homens armados, informou o exército do país asiático.

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O massacre parece ter relação com o acirramento da rivalidade política a poucos meses das eleições gerais nas Filipinas, segundo relatos de militares e de familiares dos mortos.

"Nossos soldados chegaram à região onde estavam os veículos dos cativos, onde eles foram pegos. Eles foram mortos por homens armados", disse o general Alfredo Cayton, comandante local do exército.

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Pelo menos 40 pessoas viajavam no comboio de vans. O exército encontrou mais tarde os corpos de treze mulheres e oito homens crivados de balas, disse o general Cayton. Ainda não está claro se alguém sobreviveu ao ataque.

A União dos Jornalistas das Filipinas disse que dez repórteres faziam parte do comboio.

"Nunca na história do jornalismo os meios de mídia sofreram uma perda tão pesada de vidas num único dia", disse a Organização Repórteres sem Fronteiras em Paris. "A violência demente de assassinos trabalhando para políticos corruptos resultou numa matança incompreensível", disse a organização com sede na França.

"Nós recuperamos 21 corpos. Nossos homens continuam vasculhando a área em busca de mais vítimas", prosseguiu.

Cayton disse ainda não dispor de informações suficientes para levantar suspeitas sobre o massacre.

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No entanto, o tenente-coronel Romeo Brawner comentou mais cedo que os homens armados estariam ligados a um poderoso político local. Segundo ele, os captores fizeram um total de 40 reféns, entre desafetos políticos e jornalistas.

Ele confirmou posteriormente a morte de 21 pessoas, sendo 13 mulheres, e disse acreditar que o número de mortos aumentaria com o passar das horas.

Entre os reféns estavam a esposa, assessores e correligionários de Esmael Mangudadatu, prefeito de uma cidade da província de Maguindanao, relatou Brawner à emissora de televisão ABC/CBN.

Os jornalistas acompanhavam os assessores do prefeito a um cartório eleitoral onde seria formalizada sua candidatura a governador de Maguindanao no pleito marcado para maio de 2010.

O clã Mangudadatu tem uma antiga desavença política com a família do governador Andal Ampatuan. Segundo a polícia, Ampatuan dispõe de um exército particular a seu serviço.

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Mandugadatu, que não estava no comboio, disse ter recebido um telefonema da sua esposa logo após o sequestro. "Ela disse que eles foram parados por cerca de 100 homens uniformizados. Então a chamada foi cortada", disse o político. Segundo ele, sua mulher está entre os mortos.

As eleições nas Filipinas costumam ser particularmente violentas no sul por causa da presença de vários grupos armados, incluídos rebeldes islâmicos, que lutam pela independência num país onde a maioria da população é católica, e também por senhores da guerra que mantém exércitos particulares.