O presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, declarou nesta quinta-feira (31) "estado de emergência pública" para conter o surto de ebola, que já causou nesse país mais de 220 mortes até o momento.
"Os desafios extraordinários precisam de medidas extraordinárias", afirmou Koroma em mensagem dirigida à nação.
"Pela presente, proclamo o estado de emergência pública para adotar um enfoque mais firme a fim de enfrentar o surto de ebola", ressaltou o presidente, antecipando que cancelou sua presença à cúpula que Estados Unidos e África realizarão na próxima semana em Washington, para poder tratar sobre a crise originada pela doença.
O presidente também anunciou um Plano de Resposta Nacional cuja aplicação vai representar que "todos os epicentros da doença sejam postos em quarentena".
Além disso, a Polícia e o Exército darão apoio a médicos e ONGs para poder fazer seu trabalho e restringir os movimentos nas regiões afetadas pelo vírus.
As reuniões em lugares públicos também serão limitadas, à exceção daquelas destinadas a sensibilizar os cidadãos em relação à doença.
Além disso, as autoridades ativarão novos protocolos de atuação para a chegada e saída de passageiros no Aeroporto Internacional Lungi, próximo a Freetown e o mais importante do país.
Nesse sentido, serão canceladas todas as viagens de ministros e funcionários do governo ao estrangeiro que não sejam absolutamente essenciais.
"Estas medidas serão aplicadas inicialmente durante um período de entre 60 e 90 dias, e outras posteriores serão anunciadas se for necessário", acrescentou o chefe de Estado, que qualificou de "luta nacional" a necessidade de combater o ebola.
Segundo a última apuração da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicada no dia 27 de julho, em Serra Leoa foram registrados 525 casos e 224 mortes por causa da doença.
Esta epidemia sem precedentes castiga a África Ocidental desde o dia 22 de março, quando o surto surgiu na Guiné, para onde Koroma deve viajar amanhã para abordar estratégias regionais que ajudem a combater o problema.
A África Ocidental mobilizou todos os recursos a seu alcance para conter o surto de ebola, que já infectou 1.201 pessoas, das quais 672 morreram, segundo a OMS.
A comunidade internacional já começa a contemplar a expansão do ebola como um perigo real e o governo britânico realizou ontem uma reunião de emergência para avaliar a ameaça.
A doença - que se transmite por contato direto com sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados - causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade de 90%.
Esta é a primeira vez que se identifica e se confirma uma epidemia de ebola na África Ocidental, pois até agora sempre tinham sido registradas na África Central.
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