A Sérvia disse nesta sexta-feira (15) que pedirá a opinião da Corte Internacional de Justiça sobre a legalidade da declaração de independência de Kosovo. Belgrado prometeu respeitar qualquer decisão.
Em entrevista coletiva em Nova York, o chanceler sérvio, Vuk Jeremic, disse que a Sérvia solicitou que a Assembléia Geral da ONU vote na sua reunião anual, em meados de setembro, a remissão desse assunto ao tribunal internacional.
A entrada dessa moção na pauta da Assembléia Geral ainda depende da aprovação de uma comissão prévia.
Kosovo, que passou séculos como província da Sérvia, apesar de ser etnicamente mais próxima da Albânia, foi colocada sob administração da ONU em 1999, depois que bombardeios da Otan expulsaram de lá as tropas sérvias, acusadas de atrocidades contra a população albanesa.
Em fevereiro deste ano, a província finalmente declarou independência, o que foi reconhecido por vários países ocidentais. A Sérvia e sua aliada Rússia, porém, consideraram a decisão ilegal.
Jeremic disse que, dos mais de 40 países que em algum momento reconheceram a independência kosovar, diversos recuaram por entender que a situação era confusa à luz do direito internacional. Ele afirmou que a opinião da Corte Internacional de Haia, ligada à ONU, pode oferecer uma "clara orientação" a tais países.
Na opinião de Jeremic, a intervenção da corte deve ser do agrado de adversários e simpatizantes da independência, como forma de resolver o impasse. "Acho que devemos todos nos unir no apoio ao direito internacional", afirmou.
Ele também adotou um tom conciliador a respeito da proposta da ONU para transferir para a União Européia a autoridade policial em Kosovo.
Sérvia e Rússia foram contra a idéia, que dividiu o Conselho de Segurança, mas agora Jeremic diz que as negociações com o representante da ONU em Kosovo, Lamberto Zannier, podem terminar ainda neste ano.
Jeremic faz parte de um novo governo pró-ocidental da Sérvia, que se empenha em aderir à União Européia. Parte integral dessa política são a flexibilidade na questão de Kosovo e a recente entrega às autoridades da ONU do ex-líder servo-bósnio Radovan Karadzic, acusado de crimes contra a humanidade.
Sem entrar em detalhes, o ministro disse a jornalistas que "mais cedo do que tarde" dois outros importantes suspeitos de atrocidades na ex-Iugoslávia, Ratko Mladic e Goran Hadzic, serão presos e extraditados.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada