Ventos com força de furacão atingiram a Grã-Bretanha, a Holanda e a Escandinávia nesta segunda-feira (28), causando a morte de pelo menos 7 pessoas, cortes de energia e o cancelamento de centenas de voos e viagens de trem. Inicialmente, a informação era de que 12 pessoas haviam morrido.
Rajadas de até 160 quilômetros por hora ocorreram no sul da Inglaterra e no País de Gales, na pior tempestade registrada na Grã-Bretanha em uma década. Um dinamarquês morreu quando a tempestade atingiu a Escandinávia com a mesma força.
O sul da Suécia foi atingido por chuvas torrenciais e ventos que derrubaram árvores, bloqueando estradas e destruindo linhas de energia, o que deixou cerca de 50 mil domicílios sem eletricidade.
Uma menina de 17 anos morreu quando uma árvore caiu sobre sua casa enquanto ela dormia em Kent, sudeste de Londres, e um homem de 50 anos foi morto quando uma árvore esmagou seu carro na cidade de Watford, ao norte da capital.
Um homem e uma mulher foram encontrados mortos no oeste de Londres, depois que várias casas foram danificadas em uma suposta explosão de gás numa rua onde a tempestade atingiu uma árvore por baixo. A polícia de Londres disse que a árvore pode ter danificado tubos de gás, causando a explosão.
Um guindaste bateu no escritório do gabinete do governo, um ministério no coração de Londres, forçando o vice-premiê Nick Clegg a cancelar uma entrevista coletiva.
Volumes fracos nos mercados financeiros de Londres sugeriram que muitos traders ficaram presos em casa, junto com milhões de outras pessoas que normalmente circulam por Londres.
O aeroporto de Heathrow, em Londres, informou que 130 voos foram cancelados. A passageira Nozipho Mtshede disse que perderia o velório de seu pai no Zimbábue por causa do atraso de oito horas em seu voo.
Ventos fortes também varreram a Holanda, fechando todo o tráfego de trem para Amsterdã. Ventos com força de furacão de mais de 150 quilômetros por hora foram registrados em uma das ilhas da costa norte holandesa.
Árvores desenraizadas danificaram carros, casas e afundaram um barco ao longo de um canal de Amsterdã. Telhados foram arrancados de edifícios e várias casas flutuantes tiveram suas amarras retiradas, disse a polícia.
Uma mulher morreu e duas pessoas ficaram gravemente feridas por queda de árvores na capital holandesa e uma balsa transportando 1.000 pessoas vinda da cidade inglesa de Newcastle não conseguiu atracar no porto de IJmuiden e retornou ao mar, disse a televisão RTL.
Cinquenta voos no aeroporto de Amsterdã Schiphol foram cancelados, e autoridades do porto de Roterdã, o mais movimentado da Europa, disseram que a entrada e a saída de embarcações foram adiadas.
Na França, uma mulher de 47 anos foi encontrada morta depois de ser arrastada para o mar por uma onda na ilha de Belle Ile, onde fortes ventos geraram ondas de 5 a 6 metros, segundo a guarda costeira na região.
Os ventos chegaram a 100 quilômetros por hora, derrubando árvores e cortando o fornecimento de energia para cerca de 75 mil casas, de acordo com a distribuidora de energia elétrica do ERDF.
Na Grã-Bretanha, cerca de 486.000 propriedades ficaram sem energia elétrica, disse a UK Power Networks, em uma das piores tempestades a atingir a Inglaterra desde a "Grande Tempestade" de 1987, que matou 18 pessoas e derrubou cerca de 15 milhões de árvores.
Casas e empresas estavam calculando os danos, enquanto um porta-voz do Met Office (órgão meteorológico oficial) disse que o pior da tempestade na Grã-Bretanha havia passado até o fim da manhã e se dirigia para o leste.
A Associação de Seguradoras Britânicas informou que era muito cedo para dar números sobre a perda de segurados.