Seis homens da Rússia, Europa e China se preparam para passar 520 dias juntos e isolados do resto do mundo, simulando uma viagem a Marte.
O "embarque" acontecerá em 3 de junho, quando três russos, um ítalo-colombiano, um francês e um chinês serão trancados num conjunto de apertados compartimentos na sede do Instituto de Problemas Biomédicos, em Moscou, onde ficarão até novembro de 2011, como parte da missão chamada Mars500.
Martin Zell, da Agência Espacial Europeia (AEE), que comanda a experiência, disse à Reuters que a missão bate um recorde de duração.
"Acho que quando falamos em uma missão humana ao Planeta Vermelho, provavelmente ainda levará 20, ou mais possivelmente 30 anos para chegarmos lá", afirmou ele.
Cada um dos seis "tripulantes" terá apenas três metros quadrados de "espaço pessoal". Eles farão semanas de sete dias, com dois dias de folga, exceto quando houver simulações especiais e de emergências.
Sob comando de um russo, os "tripulantes" vão viver e trabalhar como se fossem astronautas da Estação Espacial Internacional, com uma rotina de manutenções, experiências científicas e exercícios diários.
Após 250 dias, o grupo será dividido: três irão para a "superfície" de Marte, e os outros três passarão um mês "em órbita".
No ano passado, no mesmo instituto, quatro russos, um alemão e um francês haviam feito uma simulação de 105 dias da viagem a Marte.
Desta vez, os seis participantes serão rigidamente monitorados, com registros dos seus parâmetros psicológicos e fisiológicos.
Todos os "tripulantes" dominam o inglês, mas nem todos falam russo, que é a outra língua de trabalho durante a missão. "Se não conseguirmos nos entender, vamos usar a linguagem corporal", disse o participante russo Sukhrob Kamolov.
A comunicação com o resto do mundo será apenas por e-mail, e a conexão será propositalmente interrompida de vez em quando. Haverá também uma demora de 40 minutos nas mensagens, como seria numa missão real a Marte.
Otimistas, os seis "astronautas" não esconderam sua emoção, embora dificilmente venham a viajar de verdade para Marte no futuro.
O chinês Wang Yue, único astronauta profissional do grupo, citou a competição no espaço - alinhando-se à ambição de Pequim de eventualmente enviar sua missão tripulada a Marte.
"Acho que a Mars500 deve ser um marco na corrida espacial humana, na história humana no espaço", disse ele a jornalistas. "A exploração espacial é difícil e enorme, precisa de cooperação internacional, então tenho sorte de estar aqui."
O francês Romain Charles disse que estava colocando um "tijolinho nesta grande muralha ligando a Terra a Marte". "Tomara que meus netos vão a Marte um dia, e eu possa dizer a eles: 'Eu fiz parte disso'."
A festa da direita brasileira com a vitória de Trump: o que esperar a partir do resultado nos EUA
Trump volta à Casa Branca
Com Musk na “eficiência governamental”: os nomes que devem compor o novo secretariado de Trump
“Media Matters”: a última tentativa de censura contra conservadores antes da vitória de Trump
Deixe sua opinião