Entre esta quinta e sexta-feira (16), o Sínodo dos Bispos sobre a família -- encontro que está sendo realizado no Vaticano -- deu espaço para os leigos participantes da assembleia. Eles apresentaram aos padres sinodais alguns problemas da vida familiar. Muitas colocações falaram de adoção, violência sexual, incesto e crises matrimoniais.
Além disso, os 12 delegados-irmãos (membros de outras denominações cristãs) discursaram na manhã desta sexta.
“Os discursos foram mais emotivos. Falou-se da vida pessoal e espiritual das famílias”, disse Bernd Hagenkord, o colaborador de língua alemã do porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.
O tom mais “emotivo” das intervenções em plenário se deu porque todos os consultores do Sínodo, entre os quais estão 17 casais, discursaram , expondo situações concretas relacionadas à vida conjugal e à educação dos filhos.
“Nós somos chamados a ser amigos das famílias com as quais entramos em contato, não apenas através de um curso. As famílias precisam acompanhar as famílias”, disse a brasileira Ketty de Rezende, que juntamente com o marido, Pedro de Rezende, são consultores do Sínodo.
Apesar de não ter sido destaque, os divorciados que voltam a se casar foram mencionados na sala sinodal. Dessa vez, muitos padres pediram que não se chegue a uma decisão imediata sobre a questão, mas que, após o Sínodo, ela continue a ser aprofundada.
“Os fieis esperam uma palavra clara de verdade e amor sobre o matrimônio e a família, contra as manipulações ideológicas e as facilitações políticas. Sobre os divorciados recasados, foi sugerido que se criasse uma comissão para analisar o argumento”, relatou Hagenkord.
Entre os delegados-irmãos, muitos expuseram os pontos de vista em comum e divergentes em relação ao que é defendido pela Igreja Católica. O metropolita Damietta Kafr Elsheikh, da igreja ortodoxa de Alexandria, por exemplo, defende que a igreja explique de modo tolerante e convincente “que a homossexualidade é um grave pecado” e, no mesmo discurso, apoia a prática do divórcio em caso de adultério.
Com críticas a texto-base e pedido de intervenção do papa, padres encerram segunda etapa do Sínodo
Os padres sinodais concluíram a segunda etapa do Sínodo dos Bispos sobre a família, nesta quarta-feira (14), com críticas ao texto de trabalho da assembleia.
Leia a matéria completaJá Tim MacQuiban, do conselho metodista mundial, diz que é necessário dar mais atenção pastoral aos casais que não têm filhos, algo que já foi discutido neste sínodo.
“O convite que foi feito a nós, delegados-irmãos, mostra que os desafios da família são semelhantes em outras igrejas cristãs”, disse o reverendo Timothy Thorton, da Igreja Anglicana.
Agenda
Neste sábado, as atividades serão interrompidas na parte da manhã por causa das comemorações dos 50 anos de fundação do Sínodo dos Bispos. Já à tarde, o trabalho dos círculos menores (grupos linguísticos) será retomado dando continuidade aos debates sobre a terceira parte do instrumentum laboris -- o documento de trabalho da assembleia.
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