O Kuwait substituirá a Síria como candidato no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, principal órgão da ONU no setor, de acordo com informações dadas ontem por diplomatas ocidentais. O recuo sírio pode ser visto como uma vitória de grupos pelos direitos humanos, contrários à repressão encabeçada pelo presidente Bashar Assad a manifestantes pacíficos.
Há uma intensa campanha nos bastidores para se evitar que a Síria seja eleita para o conselho sediado em Genebra, após as tentativas do governo de reprimir um levante de sete semanas contra o regime de 40 anos da família Assad.
Um diplomata ocidental, pedindo anonimato, afirmou que funcionários do Kuwait disseram a diplomatas kuwaitianos que eles irão substituir a Síria na eleição secreta de 20 de maio, na Assembleia Geral da ONU. O Kuwait seria candidato em 2013.
A Síria era uma das favoritas para o Conselho de Direitos Humanos e provável vitoriosa, a menos que outro candidato entrasse na disputa ou ela não conseguisse a maioria dos votos na Assembleia Geral de 192 membros.
O Grupo da Ásia, de 53 membros, havia dado seu apoio em janeiro ao país. Posteriormente, grupos pelos direitos humanos e alguns governos começaram uma campanha para manter a Síria fora do conselho. Segundo o grupo Organização Nacional pelos Direitos Humanos da Síria, mais de 750 pessoas já morreram na repressão.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU tem 47 membros. Criado em março de 2006 para substituir a desacreditada Comissão de Direitos Humanos, é alvo de críticas por não conseguir mudar muitas das práticas da comissão, como manter uma ênfase sobre Israel e eleger candidatos acusados de sérias violações aos direitos humanos. Um problema no processo eleitoral é que os candidatos ao Conselho são selecionados por grupos regionais, onde há barganhas por apoio.