Multidões empunhando bandeiras da Síria e fotos do presidente Bashar al-Assad se reuniram neste sábado (7) para enterrar as 26 pessoas que, segundo as autoridades, foram mortas por um homem-bomba em um cruzamento movimentado de Damasco. A oposição do Conselho Nacional Sírio acusou o governo de encenar a explosão de sexta-feira para tentar justificar que está lutando contra "terroristas" incentivados por estrangeiros, e não contra um movimento popular pró-democracia. Um cortejo de ambulâncias, com os faróis piscando, levavam os caixões das vítimas para uma mesquita de Damasco, passando pelas ruas ao lado de cidadãos em luto, mostrou a televisão estatal. As multidões gritavam "O povo quer Bashar al-Assad!" e "Um, um, o povo da Síria é um!". A explosão, que também feriu 63 pessoas, ocorreu antes da reunião da comissão da Liga Árabe no Cairo, que acontecerá no domingo para discutir o futuro da missão de monitoramento árabe que passou duas semanas verificando se a Síria está mantendo sua promessa de interromper a repressão às pessoas que se opõem às quatro décadas de domínio da família Assad. O primeiro-ministro do Catar, o xeque Hamad bin Jassim al-Thani, que preside a comissão, disse à TV Al Jazeera que os observadores não devem ficar para "perder tempo", já que a Síria não está implementando o acordo. Ele disse que o Exército sírio não deixara as cidades como exigido e que as mortes não pararam desde que os observadores começaram seu trabalho, em 26 de dezembro. "Com grande pesar, as notícias não são boas", acrescentou o premiê. As forças de segurança, tentando reprimir protestos anti-Assad, mataram quatro civis em Homs neste sábado, e três pessoas morreram em Harasta de ferimentos ocorridos na sexta-feira, segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos. O Observatório, de oposição, também disse que as forças de segurança mataram 20 civis e três desertores do Exército na sexta-feira. Um grande número de pessoas foram mortas desde que os observadores chegaram, ampliando um total que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), já superou 5 mil pessoas desde que a insurgência começou, em março, inspirada por outras revoltas árabes.
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