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Ao mesmo tempo em que mobilizou tropas para a cidade portuária de Latakia, onde 12 pessoas morreram no fim de semana, o regime sírio, por meio de Bouthaina Shaaban, chefe de gabinete e principal conselheira de Bashar al-Assad, anunciou ontem que o estado de emergência vigente há quase cinco décadas deve ser levantado.

Nos Estados Unidos, em entrevistas conjuntas concedidas a diferentes canais de TV americanos, a secretária de Estado, Hillary Clinton, e o secretário da Defesa, Robert Gates, descartaram a possibilidade de uma intervenção na Síria similar à que vem ocorrendo na Líbia.

"A decisão para o levantamento do estado de emergência já foi tomada", disse Shaaban em entrevista à rede de TV Al-Jazira. O repórter insistiu se realmente a medida será tomada e a chefe de gabinete, que tem sido usada como porta-voz do governo na atual crise, respondeu que "absolutamente", mas não disse quando. Shaaban ainda acrescentou à rede de TV do Catar, no seu canal em inglês, "que também foi determinado que sejam abertos diálogos sobre novos partidos e mais liberdade à imprensa". O único partido em atividade na Síria é o Baath, de Assad.

Ao longo do dia, especulou-se que o líder sírio faria um discurso para a nação, que acabou não acontecendo. Não foi divulgado o motivo do cancelamento ou se foi apenas um adiamento para hoje. Desde a eclosão da crise, Assad não falou publicamente, optando por usar Shaaban.

Para conter os levantes, o Exército sírio enviou tropas adicionais a Latakia. A cidade está distante dos focos dos protestos contra o governo, em Daara. Em Damasco, a maior parte dos atos é a favor do regime de Assad, segundo relatos feitos à reportagem. Parte se deve à decisão de aumentar o salário do funcionalismo, o que teria agradado a população.

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