Mais de uma dezena de policiais secretos sírios já se afastaram dos serviços de inteligência, segundo militantes no domingo (4), em aparente grande deserção do serviço que tem atuado como um pilar do governo do presidente Bashar al-Assad. Um tiroteio eclodiu durante a noite após desertores fugirem do complexo de Inteligência da Força Aérea no centro da cidade de Idlib, a 280 quilômetros a noroeste de Damasco, e dez pessoas em ambos os lados foram mortas ou feridas, disseram ativistas. A Liga Árabe pediu às autoridades sírias para assinarem um acordo para acabar com a repressão militar aos protestos populares até o domingo, e ameaçou impor sanções financeiras e econômicas. Tais prazos foram ignorados repetidamente no passado. Damasco reclama que a sua soberania seria comprometida pelo acordo, que exigiria admitir monitores árabes para garantir que a Síria retire suas tropas das cidades. "Ainda há cartas sendo trocadas entre a Liga Árabe e Damasco para chegar a um consenso para o protocolo... Essas comunicações e correspondências estão sendo estudadas por Damasco", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Jihad al-Makdesi, na capital síria. Assad ainda não deu sinais de que irá acabar com a repressão aos protestos contra seu governo. No distrito sunita de Bab Amro, no domingo, milhares de pessoas cercaram o caixão de Khaled al-Sheikh, um manifestante de 19 anos de idade, que segundo moradores foi morto em um tiroteio aleatório do Exército no bairro nesta semana. Abdelbassel Sarout, um jogador de futebol de 21 anos, beijou a cabeça ensanguentada de Sheikh enquanto uma multidão de jovens cantava ao ritmo de tambores: "Descanse em paz, vamos continuar a luta... mães choram pela juventude da Síria."
"Quando nós filmamos os protestos para colocar no YouTube, a maioria dos manifestantes tenta esconder o rosto para não ser identificado pela polícia de segurança", disse Wael, um jovem ativista na cidade. "Khaled sempre ficou com o rosto descoberto, cantando mais alto." Forças de segurança leais a Assad mataram seis civis no domingo, incluindo um pai e suas duas crianças, com tiros disparados de veículos em movimento, e também uma professora universitária em Homs, segundo ativistas. As autoridades sírias afirmam estar combatendo "grupos terroristas" apoiados por estrangeiros que tentam impulsionar uma guerra civil, que já matou cerca de 1.100 soldados e policiais desde março.
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