Beirute - As forças do regime da Síria mataram mais de 50 pessoas ontem, dia em que a população do país foi convocada para votar sobre a nova Constituição. A maior parte das vítimas morreu em Homs epicentro dos protestos contra o regime de Bashar al-Assad , segundo dados divulgados pelos ativistas. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos informou que pelo menos 10 soldados leais ao presidente também morreram.
A oposição chegou a pedir um boicote ao referendo deste domingo e o governo dos Estados Unidos qualificou a votação em meio à violência como um exercício "risível" do regime de Assad. A nova Constituição acabaria com a base legal para o partido Baath controlar totalmente a política do país, o que ocorre há cinco décadas. Ainda assim, a carta manteria grandes poderes nas mãos do presidente. A oposição vê as mudanças como pequenas demais e exige a queda do regime, após 11 meses de repressão que deixou mais de 7,6 mil mortos, segundo estimativas feitas por grupos internacionais de direitos humanos.
Mais de 14 milhões de pessoas eram aptas a votar ontem. A televisão estatal exibiu imagens das seções eleitorais e disse que "um grande número de eleitores" havia comparecido. Mas os protestos continuaram ocorrendo em diversasa localidades.
Planos
Assad divulgou os planos para a nova Constituição no início deste mês, em mais um passo para reformar a política sem deixar o poder. China e Rússia, que impediram sanções ao país no Conselho de Segurança da ONU, demonstraram apoio ao processo eleitoral. Com o novo texto constitucional, Assad poderia em tese ficar no poder mais 16 anos.