Brasília - A presidente eleita, Dilma Rousseff, recebeu com "tranquilidade" a informação de que a diplomacia dos Estados Unidos afirmou em telegrama confidencial de 2005 que ela, então recém-nomeada para a Casa Civil, "organizou três assaltos a bancos" e "planejou o legendário assalto popularmente conhecido como roubo ao cofre do Adhemar" na ditadura.
Segundo fontes do governo de transição, ela "demonstrou tranquilidade e não fez nenhum comentário".
Ainda de acordo com interlocutores, não está confirmado um encontro de Dilma com o número três da diplomacia americana, William Burns, que na segunda-feira desembarca em Brasília para encontrar com o governo de transição e representantes do governo Lula.
No telegrama vazado pelo WikiLeaks, não há nenhuma menção à fonte da informação. O embaixador dos EUA em Brasília, Thomas Shannon, disse que o governo dos EUA não tem informação que confirme essas alegações. "Ao contrário, nós temos uma longa e positiva relação com a presidente eleita".
No caso das ações armadas, há coincidência entre o que está no telegrama dos EUA e um trecho do livro "Mulheres que Foram à Luta Armada", do jornalista Luiz Maklouf Carvalho (1998). Não há até hoje, entretanto, evidências concretas sobre a participação de Dilma em ações armadas. Dilma nega ter participado de ações armadas quando militou em organizações de esquerda, nos anos 60.
Espionagem
O governo dos Estados Unidos está na iminência de indiciar o fundador do WikiLeaks por espionagem, disse Jennifer Robinson, advogada de Julian Assange, segundo o site da ABC News.
Assange está detido em Londres por crimes sexuais que teriam sido cometidos na Suécia.
Robinson disse que as leis sobre espionagem norte-americanas não se aplicam a Assange e que ele pode solicitar a proteção da Primeira Emenda, que garante a liberdade de expressão.
"Acreditamos que ela se aplique ao senhor Assange e que, no caso, ele tem direito às proteções da Primeira Emenda como editor do WikiLeaks e que qualquer processo sob o ato de espionagem seria, do meu ponto de vista, inconstitucional e colocaria em risco todas as organizações de mídia nos Estados Unidos", disse Robinson Said.