"OpenLeaks"
Dissidentes planejam novo site
Ex-integrantes do WikiLeaks que se desligaram do site por divergências com o seu fundador, Julian Assange, planejam abrir já na próxima segunda um canal alternativo para publicação de vazamentos: o OpenLeaks. A ideia é resgatar princípios supostamente abandonados pelo WikiLeaks e por Assange, como o de ser uma plataforma aberta. "O Openleaks é um projeto tecnológico que se pretende um provedor de serviços a terceiras partes dispostas a aceitar material proveniente de fontes anônimas", disse Daniel Domscheit-Berg, líder do grupo.
Hoje, a emissora transmite um documentário sobre o projeto. Até deixar o WikiLeaks, neste ano, Domscheit-Berg atuava como o número 2 e porta-voz do site, com o pseudônimo de Daniel Schmitt. Sua saída teria ocorrido por falta de transparência no processo de tomada de decisão do grupo.
Vazamentos
As últimas revelações feitas pelo WikiLeaks:
ESPANHA 1: A atual ministra espanhola das Relações Exteriores, Trinidad Jiménez, chegou a qualificar Hugo Chávez de "palhaço".
VENEZUELA: A indústria petrolífera do país não é mais capaz de fornecer fundos a fim de colocá-lo no mesmo ritmo de crescimento econômico dos seus vizinhos.
COLÔMBIA: O governo colombiano chegou a pedir aos EUA informações de inteligência sobre Venezuela e Equador durante crise regional em 2008. O pedido teria sido negado por Washington.
CUBA: A situação econômica de Cuba pode se tornar "fatal" dentro de dois a três anos, e lentidão das reformas de Havana preocupa.
EGITO: O ditador egípcio, Hosni Mubarak, deve concorrer ao sexto mandato no próximo ano, vai "inevitavelmente" ganhar e então governar até morrer.
NIGÉRIA: A Pfizer, empresa farmacêutica, contratou investigadores para descobrir casos de corrupção envolvendo o procurador-geral.
MOÇAMBIQUE: Os EUA estão preocupados com a possibilidade de o país virar um narco-Estado por supostas estreitas relações entre governo e os cartéis narcotraficantes.
Brasília - A presidente eleita, Dilma Rousseff, recebeu com "tranquilidade" a informação de que a diplomacia dos Estados Unidos afirmou em telegrama confidencial de 2005 que ela, então recém-nomeada para a Casa Civil, "organizou três assaltos a bancos" e "planejou o legendário assalto popularmente conhecido como roubo ao cofre do Adhemar" na ditadura.
Segundo fontes do governo de transição, ela "demonstrou tranquilidade e não fez nenhum comentário".
Ainda de acordo com interlocutores, não está confirmado um encontro de Dilma com o número três da diplomacia americana, William Burns, que na segunda-feira desembarca em Brasília para encontrar com o governo de transição e representantes do governo Lula.
No telegrama vazado pelo WikiLeaks, não há nenhuma menção à fonte da informação. O embaixador dos EUA em Brasília, Thomas Shannon, disse que o governo dos EUA não tem informação que confirme essas alegações. "Ao contrário, nós temos uma longa e positiva relação com a presidente eleita".
No caso das ações armadas, há coincidência entre o que está no telegrama dos EUA e um trecho do livro "Mulheres que Foram à Luta Armada", do jornalista Luiz Maklouf Carvalho (1998). Não há até hoje, entretanto, evidências concretas sobre a participação de Dilma em ações armadas. Dilma nega ter participado de ações armadas quando militou em organizações de esquerda, nos anos 60.
Espionagem
O governo dos Estados Unidos está na iminência de indiciar o fundador do WikiLeaks por espionagem, disse Jennifer Robinson, advogada de Julian Assange, segundo o site da ABC News.
Assange está detido em Londres por crimes sexuais que teriam sido cometidos na Suécia.
Robinson disse que as leis sobre espionagem norte-americanas não se aplicam a Assange e que ele pode solicitar a proteção da Primeira Emenda, que garante a liberdade de expressão.
"Acreditamos que ela se aplique ao senhor Assange e que, no caso, ele tem direito às proteções da Primeira Emenda como editor do WikiLeaks e que qualquer processo sob o ato de espionagem seria, do meu ponto de vista, inconstitucional e colocaria em risco todas as organizações de mídia nos Estados Unidos", disse Robinson Said.
Leia mais sobre o WikiLeaks no Caderno G Ideias.
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