O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, admitiu na segunda-feira que a insurgência iraquiana ainda é um problema grave, mesmo com a morte do líder Abu Musab al-Zarqawi, e voltou a insistir que as tropas dos EUA têm de permanecer por enquanto no país, para ajudar o novo governo iraquiano.
- Reconheço plenamente que não é o fim da guerra, mas por outro lado foi um grande golpe para a Al-Qaeda ... e para os terroristas que estão tentando espalhar a violência e conter o surgimento de uma nova democracia - disse Bush, referindo-se ao assassinato, na quarta-feira, do líder da Al-Qaeda no Iraque.
Junto com o vice-presidente, Dick Cheney, o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, e assessores, Bush deu início a dois dias de consultas em Camp David para reavaliar a estratégia para a guerra, cada vez mais impopular nos Estados Unidos e que vem derrubando os índices de popularidade do presidente em ano de eleição para o Congresso.
Eles conversaram, por videoconferência, com os principais comandantes dos EUA no Iraque, os generais George Casey e John Abizaid, e com o embaixador dos EUA no Iraque, Zalmay Khalilzad.
Bush pediu aos generais que agradeçam às forças norte-americanas por terem "feito justiça" com Zarqawi. O líder da Al-Qaeda foi morto por bombas lançadas por um caça F-16.
O consultor da Casa Branca Dan Bartlett disse a repórteres, depois de uma sessão inicial de três horas de reuniões, que os participantes concordaram que a insurgência iraquiana ainda é "um desafio muito grave e irritante".
Ele classificou a formação do governo de unidade nacional do Iraque como um "marco fundamental" para o povo iraquiano, e disse que a reunião pretende analisar amplamente todas as agências do governo do Iraque, para garantir que a administração do premiê Nuri al-Maliki seja bem-sucedida.
A Casa Branca também tentou amenizar as expectativas de muitos americanos de que a morte de Zarqawi represente uma retirada parcial das tropas em breve.
Bartlett disse que o assunto da reunião não era o número de soldados, e que a posição de Bush permanecia a mesma: a de que as retiradas se basearão nas condições no Iraque.