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Sob protestos, Bachelet dá gratuidade em universidades

Polícia usou jatos de água contra manifestantes em Valparaíso. | Reuters
Polícia usou jatos de água contra manifestantes em Valparaíso. (Foto: Reuters)

Estudantes chilenos voltaram ontem às ruas das principais cidades do país para pedir uma maior participação nas reformas educacionais e para protestar contra a morte de dois manifestantes na semana passada.

Em Valaparaíso, onde fica a sede do Legislativo chileno, a manifestação ocorreu quando a presidente Michelle Bachelet fazia seu discurso anual pelo Dia Naval, feriado em que tradicionalmente o mandatário do país fala à nação.

Visando reverter a queda de sua popularidade (seu mandato tem cerca de 30% de aprovação por causa de escândalos de corrupção), Bachelet anunciou que 60% dos estudantes mais pobres terão gratuidade no ensino superior, o que não ocorre desde as privatizações realizadas pelo ditador Augusto Pinochet (1973-1990). A medida faz parte da reforma contestada pelos manifestantes.

“Esta medida é consistente com o que propusemos e vamos continuar a avançar de forma constante em direção à gratuidade universal”, disse Bachelet. A intenção é incluir 70% as classes mais baixas nas universidades até 2018 — porcentual que deverá chegar a 100% em 2020.

A presidente quer ainda substituir a atual Constituição, imposta por Pinochet em 1980. Ela disse que o processo de reforma começará em setembro, mas não explicou se será convocado um plebiscito ou uma assembleia constituinte.

Fora do Congresso, os manifestantes enfrentaram os policiais e foram atingidos por jatos de água e gás lacrimogênio. Na semana passada, dois estudantes morreram após serem baleados durante uma marcha em Valparaíso. Eles teriam sido atingidos pelo dono de um imóvel pichado durante o protesto.

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