Fumaça sobe da Faixa de Gaza após ataque israelense| Foto: Reuters/Ahmed Zakot

Pelo menos 205 pessoas morreram - a maioria civis, entre eles cerca de 40 crianças - e mais de 1,5 mil ficaram feridas na operação israelense "Limite Protetor" na Faixa de Gaza, que entra em seu nono dia, informou nesta quarta-feira (16) o Ministério da Saúde do território palestino.

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Além disso, um civil israelense morreu perto da passagem fronteiriça de Erez, no norte da Faixa de Gaza, pelos estilhaços de um foguete lançado pelos milicianos palestinos.

Após a iniciativa de cessar-fogo apresentada ontem pelo Egito, Israel retomou a ofensiva depois que suspendeu os ataques por seis horas e as milícias palestinas dispararam mais de 100 foguetes contra seu território.

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A aviação israelense bombardeou durante toda a noite desta terça-feira as casas de diversos líderes e responsáveis do movimento islamita Hamas e do grupo Jihad Islâmica em ataques que causaram pelo menos uma dezena de mortes e cerca de 80 feridos.

A imprensa local detalhou que o Exército israelense atacou 25 alvos na Faixa, entre eles oito plataformas ocultas para o lançamento de foguetes. Além disso, Israel confirmou que atingiu a casa de Mahmoud Zahar, um dos principais líderes do Hamas.

Fontes em Gaza garantiram que entre os alvos atacados esta noite estavam as casas de responsáveis como o líder da Jihad Islâmica, Abdullah al Harazin, o antigo ministro do Interior do Hamas, Fathi Hamad, e o deputado Ismail al Ashqar.

O Ministério da Saúde em Gaza detalhou que, dos 205 palestinos mortos, 39 são menores, 24 mulheres e mais de dez são homens de idade avançada.

Acrescentou que entre os 1,5 mil feridos, 422 são crianças e 271 mulheres, enquanto mais de 100 pessoas continuam em estado grave devido às lesões sofridas.

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O Ministério do Trabalho palestino na Faixa de Gaza revelou que desde o início da ofensiva militar israelense há nove dias os aviões de combate do Estado judeu destruíram totalmente 612 casas e cerca de 13.550 edifícios foram parcialmente danificados, entre eles 565 imóveis que apresentam risco para seus moradores.

O Hamas afirmou em comunicado que os ataques contra as casas de dirigentes e deputados do grupo islamita, "refletem o estado de confusão no governo e no estamento militar israelense depois do grande fracasso em acabar com a resistência armada palestina".

Outros alvos atingidos nas últimas missões aéreas de Israel foram a sede de uma emissora de rádio local na Cidade de Gaza e um veículo em Rafah, nos sul da Faixa, além de dezenas de fazendas e terrenos que Israel garante que servem como paiol de armas e como base para o lançamento de foguetes.

O braço armado do Hamas, as "Brigadas de Ezedin al-Qassam", afirmaram em comunicado que seus milicianos dispararam ontem, e na madrugada desta quarta-feira, mais de 170 projéteis contra as regiões central, norte e sul de Israel. Além disso, também atacaram as tropas posicionadas nas fronteiras com a Faixa de Gaza.

No plano político, o porta-voz islamita Sami Abu Zuhri, condenou em comunicado o suposto apoio dos EUA a Israel: "O respaldo da Casa Branca à guerra em Gaza faz com que os EUA sejam cúmplices dos massacres cometidos contra o nosso povo".

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O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, pediu ontem que o Hamas e Israel se comprometessem com a iniciativa de cessar-fogo apresentada pelo Egito, para que as partes interrompam as hostilidades.

Abbas, que se reuniu em Ramala com o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, viajará hoje para o Cairo, a capital do Egito, para tratar com as autoridades do país a proposta de pacificação na região.

Por enquanto, a Jihad Islâmica rejeitou a proposta por considerar que a mesma "não satisfaz as reivindicações palestinas para que acabem com o bloqueio sobre a Faixa de Gaza".

No entanto, o destacado dirigente do Hamas, Moussa Abu Marzuq, disse através de uma rede social que, ao contrário do que foi divulgado na terça-feira, seu movimento ainda continua estudando a iniciativa egípcia, para a qual ainda não deu uma resposta definitiva.

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