O atentado com carro-bomba, cometido nesta quarta-feira (17) em pleno centro de Ancara contra veículos militares, deixou ao menos 28 mortos e 61 feridos -- anunciou o porta-voz do governo, o vice-primeiro-ministro Numan Kurtulmus.
Ouvida em toda a cidade, a forte explosão aconteceu perto da sede do Estado-Maior do Exército turco e do Parlamento. Segundo a rede NTV, a deflagração foi próximo a um complexo de casas de oficiais militares.
“Este ataque terrorista covarde custou a vida de 28 pessoas. Outros 61 cidadãos ficaram feridos”, disse Numan Kurtulus à imprensa, prometendo que o governo “lançará toda a luz” sobre este atentado.
À noite, o presidente turco, o islâmico-conservador Recep Tayyip Erdogan, prometeu responder ao ataque. “Que eles saibam que a Turquia não hesitará em recorrer -- a qualquer momento, em qualquer lugar e em qualquer ocasião -- ao seu direito à legítima defesa”, informou Erdogan em um comunicado publicado por sua assessoria de imprensa.
O ataque teve como alvo um comboio de veículos do Exército que se encontrava perto da praça de Kizilay, disse o governador da capital, Mehmet Kiliçlar, citado pelas emissoras de televisão CNN-Turk e NTV.
Ataque
A explosão aconteceu às 18h31 locais (14h31, horário de Brasília) e teve como alvo “veículos de serviço que transportavam pessoal militar”, declarou o Estado-Maior militar em sua página na Internet. “O ataque terrorista aconteceu quando os veículos estavam parados em um sinal no cruzamento”, acrescentou a fonte militar.
Em uma ampla área, podiam-se ver densas colunas de fumaça. Várias ambulâncias e caminhões de bombeiros foram enviados para o local, enquanto a polícia estabeleceu um perímetro de segurança. Imagens das televisões locais mostravam veículos militares ardendo em chamas.
Uma fonte do governo que pediu para não ser identificada disse à AFP que, por causa do atentado, o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, cancelou a visita que faria nesta quarta a Bruxelas para uma reunião sobre a crise dos imigrantes.
À noite, Davutoglu participava de uma reunião de segurança com o presidente Erdogan, que também cancelou uma visita ao Azerbaijão.
A reunião do grupo de 11 países “voluntários” da União Europeia (UE), para “distribuir” a cota de refugiados, também foi anulada devido ao atentado.
Reações
O porta-voz do partido turco no poder, o Justiça e Desenvolvimento (AKP), Omer Celik, condenou energicamente este ataque, segundo a imprensa.
O presidente francês, François Hollande, denunciou, por sua vez, este “odioso atentado” e enviou à Turquia seu “apoio e total solidariedade”.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), da qual a Turquia é membro, Jens Stoltenberg, condenou “com firmeza” o ataque. “Estamos juntos da Turquia e de seu povo nestes momentos difíceis”, declarou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
O governo americano também condenou o atentado nos mais duros termos. “Os Estados Unidos condenam firmemente o atentado terrorista contra funcionários militares turcos e civis, hoje, em Ancara”, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Mark Toner, em um comunicado.
“Oferecemos nossas condolências às famílias dos que morreram e desejamos uma pronta recuperação aos feridos. Reafirmamos nossa aliança com a Turquia, nosso aliado no seio da Otan, para combater as ameaças terroristas que compartilhamos”, completou.