Confrontos na madrugada entre forças do Iêmen e dissidentes deixaram 28 mortos, informou nesta quinta-feira a agência estatal Saba. Além disso, o Ministério da Defesa afirmou que uma explosão em um depósito de munição da poderosa tribo Al-Ahmar matou 28 pessoas na capital do país.
Rebeldes contrários ao governo do presidente Ali Abdullah Saleh afirmam que não houve explosão acidental, mas um ataque com bombas lançado por forças oficiais contra os oposicionistas, segundo a Associated Press. Os rebeldes advertiram para o risco de uma guerra civil, com o aprofundamento da crise política.
O depósito de munições fica em um prédio próximo de um posto militar onde estão tropas lideradas pelo general dissidente Ali Mohsen al-Ahmar, diz o governo. Um militar aliado do general Ahmar negou a versão, afirmando que "não há depósito de munição na área" e que ocorreu um ataque. Não há como verificar de modo independente as versões, pelas restrições impostas pelo governo ao trabalho da imprensa.
Há confrontos com mortes desde a segunda-feira entre as forças de segurança e aquelas leais ao xeque Sadiq al-Ahmar. As forças dissidentes e manifestantes civis querem a deposição de Saleh, no poder desde 1978. A violência pode se tornar uma rebelião liderada por milícias, após meses de protestos civis contra o regime.
Ahmar acusa Saleh de arrastar o país para uma "guerra civil". "Ali Abdullah Saleh deve partir", afirmou o dissidente. "Esse homem nos atacou nas nossas casas. Nós não começamos essa guerra. Esse homem não deseja nada bom para o Iêmen". Segundo analistas políticos, Ahmar e seus aliados têm ligações tribais com metade dos militares e das forças de segurança do Iêmen. Ele poderá invocar o "nakf", ou "o chamado", no dialeto local, o que significa que os beduínos precisam deixar de lado outras disputas e se unirem para defender a tribo Ahmar.
O Ministério da Defesa afirmou hoje que Saleh pediu a prisão de Ahmar e de seus nove irmãos, todos acusados por "rebelião armada". Saleh, que nas últimas semanas chegou a aceitar acordos mediados por países do Golfo Pérsico para deixar o poder, recusa-se a largar a presidência.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, pediu nesta quinta uma trégua nos conflitos. "Estamos bastante preocupados com os confrontos em andamento", afirmou Hillary em Paris. "Pedimos a todos os lados que parem imediatamente com a violência". As informações são da Dow Jones e da Associated Press.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas