Sobrevivente diz que brasileiro morto em massacre nos EUA foi herói

O professor brasileiro incluído na lista de 13 vítimas de um atirador num centro de imigrantes do estado de Nova Iorque passou a ser considerado um herói. Um sobrevivente diz que ele tentou parar o vietnamita que realizou o ataque.

Quando se armou e mandou uma carta a uma TV local, o imigrante que matou 13 pessoas na cidade de Binghamton não tinha dúvida: "Eu sou Jiverly Wong atirando nas pessoas." No manuscrito em inglês precário, o vietnamita diz que é perseguido, que não aceita ser pobre e conclui: "Pelo menos duas pessoas voltarão comigo à poeira da terra."

Depois de matar uma recepcionista e ferir a outra, Wong entrou na sala onde 14 estrangeiros aprendiam inglês. Um deles era Almir Alves. Pelo relato de um sobrevivente, enquanto os outros se protegiam, o brasileiro reagiu e jogou uma cadeira contra o atirador. Mas errou o alvo.

O sobrevivente que contou os detalhes da tragédia e revelou o heroísmo do brasileiro está no hospital da cidade de Binghamton, de onde deve ter alta nos próximos dias. O relato foi feito à professora da turma que, por obra do acaso, não pôde dar a aula naquela sexta-feira (3).

Elizabeth Hayes foi substituída por causa do aniversario de casamento. Chorou a morte de todos, mas especialmente a do "brasileiro brilhante". "Eu gostava demais dele", diz a professora. "Tinha certeza de que ouviria falar muito do Almir."

Para ela, o matemático foi herói na sala de aula. "Almir não pensou só em si, queria parar aquele homem e proteger os colegas."

Em Pernambuco, os amigos também achavam Almir uma pessoa incrível. Na universidade em que ele dava aula, em Nazaré da Mata, fizeram uma bela homenagem.