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Sofrimento de João Paulo II é destacado em beatificação

Peregrinos fazem vigília antes da missa de beatificação do Papa | Reuters
Peregrinos fazem vigília antes da missa de beatificação do Papa (Foto: Reuters)

O sofrimento do Papa João Paulo II está sendo destaque em sua beatificação, com seus assessores testemunhando sobre sua longa batalha contra o mal de Parkinson e a freira francesa curada da mesma doença tendo um papel de protagonista nas cerimônias de beatificação. O Vaticano decretou que a cura inexplicável da irmã Marie Simon-Pierre foi o milagre necessário para beatificar João Paulo II. Sua história será destaque nas orações da noite de vigília deste sábado (30), antes da missa de beatificação de João Paulo II no domingo (1º).

Centenas de milhares de fiéis estão se dirigindo a Roma para a beatificação, e neste sábado a Praça de São Pedro estava cheia de peregrinos, apesar da chuva constante. Muitos devem participar da vigília no Circo Máximo, em Roma, onde a freira irá se unir ao secretário de João Paulo II e ao seu porta-voz na realização de testemunhos sobre o falecido papa.

A vigília deve durar a noite toda, a chamada "noite branca" de orações que irá continuar em oito igrejas até as 5h30 da manhã. Às 10h, acontece a Missa de Beatificação.

A beatificação acontece apesar das críticas sobre a rapidez do processo com que João Paulo II está sendo honrado. Muitas críticas referem-se ao fato da série de escândalos sexuais de padres com crianças ocorreram durante o mandato de 27 anos de João Paulo. O cardeal Jose Saraiva Martins, o chefe aposentado do escritório de beatificação do Vaticano que preside a investigação sobre a vida de João Paulo II no processo, disse que o papa não poderia ser considerado responsável por algo que ele não sabia.

Um vídeo será mostrado na vigília do Circo Máximo focado principalmente nos meses finais da vida de João Paulo II, quando o mal de Parkinson o impossibilitou de falar ou caminhar. Ele morreu em 2 de abril de 2005.

Rita Megliorin, chefe das enfermeiras no departamento de terapia intensiva do Hospital Gemelli em Roma, atendeu João Paulo II em seus meses finais. Ela disse que, durante o período em que o papa permaneceu sob seus cuidados, passou por uma transformação pessoal assistindo à forma como ele lidou com sua morte próxima.

A freira Marie Simon-Pierre sofria de Parkinson e disse que sua doença piorou no período em que João Paulo II morreu. Marie diz que ela e suas companheiras rezavam para João Paulo na noite de 2 de junho de 2005 e ela acordou na manhã seguinte sentindo que seus sintomas haviam desaparecido. "Em uma capela, diante da Eucaristia, eu ouvi uma voz que disse 'você está curada'", disse a freira em uma recente entrevista. "Eu aceitei passar por todos esses exames para a igreja se certificar do milagre porque eu estou convencida de que minha cura foi um milagre e que João Paulo II é um santo,"

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe chegou a Roma neste sábado, apesar do embargo que a União Europeia impõe a suas viagens, para participar da cerimônia de beatificação de João Paulo II, na Cidade do Vaticano. O governo de Mugabe é acusado de violar os direitos humanos. Em 2005, ele foi muito criticado por assistir ao funeral do papa na Praça de São Pedro. O embargo da União Europeia não inclui a Cidade do Vaticano.

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