Barricadas em frente ao prédio administrativo de Donetsk, já com bandeira russa| Foto: EFE/ROMAN PILIPEY

ONU adverte que a situação segue piorando no leste da Ucrânia

EFE

A ONU advertiu nesta quarta-feira que a situação dos direitos humanos no leste da Ucrânia segue piorando e advertiu que, se a deterioração continuar, pode ocorrer um grande deslocamento de população dessa região do país.

Assim afirmou aos jornalistas o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ivan Simonovic, após comparecer perante o Conselho de Segurança em uma sessão a portas fechadas.

Segundo Simonovic, pelo menos 127 pessoas morreram pela violência no leste da Ucrânia, onde aconteceram "várias violações" dos direitos humanos, entre elas detenções ilegais e sequestros de jornalistas e membros das comissões eleitorais.

Além disso, se está vivendo também um aumento da delinquência comum, o que, junto ao risco de crescentes problemas na provisão de serviços sociais, contribui para agravar a situação.

"Se a situação piora é provável que haja uma onda de pessoas deslocadas do leste", advertiu Simonovic, que visitou recentemente a Ucrânia.

O responsável da ONU reiterou os elementos principais do último relatório elaborado pelas Nações Unidas sobre o país, no qual se advertia da anarquia crescente nas regiões orientais e da atmosfera de perseguição contra informadores, ativistas ou políticos.

Perguntado pelas eleições presidenciais do domingo, Simonovic reconheceu que o clima "não é propício" e que os sequestros e a intimidação a membros de comissões eleitorais dificultam sua realização no leste.

Até agora, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, defendeu que os pleitos podem ser um passo positivo para terminar com a crise no país, apesar de que, por enquanto, a Rússia não esclareceu reconhecerá seus resultados.

Hoje, o embaixador russo perante Nações Unidas, Vitaly Churkin, manteve essa incerteza e assegurou que Moscou se pronunciará uma vez que tenham se realizado as eleições.

Churkin, em todo caso, pôs em dúvida que possam acontecer pleitos de forma adequada quando cidades como Slaviansk sofrem "bombardeios" por parte das forças de segurança ucranianas.

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Ao menos nove soldados ucranianos morreram e outros 20 ficaram feridos nesta quinta-feira em combates com os insurgentes pró-russos perto das localidades de Volnovaja e Rubezhnoe, nas regiões rebeldes de Donetsk e Lugansk, confirmou o Ministério da Defesa da Ucrânia.

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"Segundo dados preliminares, oito soldados morreram e até 20 ficaram feridos" nos combates perto de Volnovaja, provocados, segundo o Ministério, por um ataque dos insurgentes contra um posto de controle dos militares nessa cidade, a cerca de 60 quilômetros ao sudoeste de Donetsk.

O Ministério explicou em um comunicado oficial que os soldados morreram após a explosão do blindado no qual estavam quando o veículo foi atacado pelos insurgentes com morteiros e lança-granadas.

Os milicianos da autoproclamada República Popular de Donetsk informaram que, durante uma ofensiva ucraniana que começou nesta madrugada, 25 pessoas ficaram feridas entre os seus efetivos e que também há vítimas entre a população civil.

"Há 25 feridos entre os milicianos e também entre cidadãos pacíficos", relataram os rebeldes.

Outro militar ucraniano morreu em um combate perto da cidade de Rubezhnoe, na região de Lugansk, segundo o governo de Kiev.

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Os milicianos do chamado exército sudeste, braço armado da autoproclamada República Popular de Lugansk, informaram sobre o início de uma ampla ofensiva da Guarda Nacional da Ucrânia nos arredores da cidade de Lisichansk, onde se encontra Rubezhnoe.

"A Guarda Nacional começou uma grande ofensiva rumo a Lisichansk. Há combates nos arredores da cidade. A Guarda Nacional utiliza blindados" em seu avanço, afirmou Alexei Chmilenko, um dos líderes dessa região rebelde, de acordo com agências russas.

Os insurgentes explodiram uma ponte que cruza um rio para dificultar o avanço das tropas ucranianas, confirmou Chmilenko. Com isso, o líder rebelde desmentiu um porta-voz do quartel-general do exercito sudeste que, em declarações à imprensa russa, acusou "um grupo de desconhecidos" pela explosão.

A polícia local de Rubezhnoe garantiu para a agência ucraniana "UNN" que "o combate continua" nos acessos a Lisichansk, apesar da destruição de uma das duas pontes que ligam as duas localidades.