O governo do Sudão aceitou nesta terça-feira (12) a mobilização de uma "força híbrida" da União Africana (UA) com a Organização das Nações Unidas (ONU) na assolada região de Darfur, segundo um comunicado conjunto divulgado em Addis Abeba.
"Em função das explicações e esclarecimentos da UA e da ONU, o governo do Sudão aceitou a proposta conjunta sobre uma operação híbrida", afirma o comunicado.
Segundo o comunicado divulgado em Cartum e em Adis-Abeba, cidade onde se reúnem há dois dias representantes sudaneses, da ONU e da UA, o número de tropas que se deslocarão a esta região oscilará entre 17.000 e 19.000 soldados, informou a agência de notícias EFE.
Apesar de o governo do Sudão ter feito um acordo de paz com um grupo rebelde em maio de 2006, a violência em Darfur continua: milícias árabes de apoio ao governo são acusadas de matar africanos não-árabes que vivem na região em conflitos separatistas.
Mais de 200 mil pessoas já morreram e 2 milhões foram expulsas de suas casas desde 2003, quando começou o conflito no oeste do país. O governo de Cartum diz que 9.000 pessoas morreram e rejeita as acusações de genocídio.
Pressão dos países ricos
A decisão de mobilizar a "força híbrida" ocorre dias após os chefes de Estado e de governo do G-8 terem exigido que o governo africano aceitasse a mobilização de uma missão de paz internacional. Os líderes dos países mais ricos do mundo e da Rússia chegaram a ameaçar levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU se Cartum não cooperasse.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, havia dito previamente que achava que o Sudão responderia afirmativamente à proposta para a mobilização de uma missão conjunta de paz que alivie a crise humanitária em Darfur.
"Espero uma resposta positiva na segunda ou na terça-feira", disse Ban Ki-moon na semana passada, em referência à reunião ocorrida nesta terça-feira.
Convidado pelo G-8 à cúpula de Heiligendamm, na Alemanha, Ban declarou que a proposta conjunta ONU-UA para uma missão de paz em Darfur é um passo adiante e permitirá melhorar consideravelmente a situação humanitária no Sudão.
Pela proposta enviada ao Sudão pela UA e pela ONU, os homens da "força híbrida" serão encarregados de garantir a segurança e o transporte de assistência humanitária para a zona no oeste do Sudão.
Segundo o acordo, o chefe da missão seria um militar africano e as operações diárias ficaram sob comando da UA, mas o controle supremo da operação e seu financiamento recairia sobre a ONU.
No melhor dos casos, a missão começaria a ser mobilizada no início do ano que vem.
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