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Sudão do Sul torna-se o mais novo país do mundo

Homem dança com fogos em comemoração à independência do Sudão do Sul, em Juba | Reuters
Homem dança com fogos em comemoração à independência do Sudão do Sul, em Juba (Foto: Reuters)
Pessoas comemoram a independência do Sudão do Sul nas ruas de Juba |

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Pessoas comemoram a independência do Sudão do Sul nas ruas de Juba

O Sudão do Sul tornou-se a mais nova nação do planeta quando os relógios no leste da África marcaram a zero hora de sábado (9), início da noite desta sexta-feira (8) no Brasil. A população comemorou sua independência em relação ao norte do Sudão, resultado de um referendo feito no começo do ano, conforme previa o acordo de paz de 2005.

A separação formaliza-se após duas guerras civis que ceifaram milhões de vidas ao longo de cinco décadas. A fundação do Sudão do Sul divide em dois aquele que antes era o maior país africano.

O novo país tem Juba como capital, e foi reconhecido oficialmente na sexta-feira pelo governo do Sudão, com sede em Cartum, horas antes da secessão formal.

Milhares de pessoas dançavam nas ruas, agitavam bandeiras, e fogos de artifício foram lançados para comemorar a data. As autoridades dizem que a nova nação surgiu à 0h do dia 9 de julho (18h em Brasília), e que uma cerimônia formal de independência seria realizada horas depois.

"À meia-noite, sinos repicarão em todo o novo país, e tambores soarão, para marcar a transição histórica do sul do Sudão para a República do Sudão do Sul", disse nota emitida previamente pelo governo regional.

A nova república nasce rica em petróleo, mas subdesenvolvida. O governo de Cartum foi o primeiro a reconhecer a nova nação, num sinal de secessão tranquila para aquele que foi, até sexta-feira, o maior país da África - que agora é a Argélia.

Mas o reconhecimento não elimina os temores a respeito do futuro. Os líderes do sul e do norte ainda precisam chegar a um acordo com relação a várias questões, a começar pela exata demarcação da fronteira e pela partilha dos dividendos petrolíferos.

Festa em Juba

Em Juba, pouco antes da meia-noite pessoas agrupadas nas esquinas de terra já agitavam bandeiras e dançavam à luz dos faróis dos carros, gritando 'MLPS, o-yei, Sudão do Sul, o-yei, liberdade, o-yei.'

MLPS é a sigla do Movimento de Libertação do Povo do Sudão, responsável pela rebelião que combateu o norte até 2005, e hoje é o maior partido do Parlamento do Sudão do Sul.

Em Cartum, o presidente do "velho" Sudão, Omar Hassan al Bashir, disse a jornalistas na sexta-feira que irá a Juba no sábado para as celebrações da independência.

"Gostaria de salientar (...) nossa disposição em trabalhar com nossos irmãos do sul e ajudá-los a instituir seu Estado para que, se Deus quiser, esse Estado seja estável e se desenvolva. A cooperação entre nós será excelente, particularmente quando se trata de demarcar e preservar a fronteira para que haja um movimento de cidadãos e bens por essa fronteira."

Analistas temem a retomada da guerra civil - agora como guerra internacional - caso as disputas não sejam resolvidas.

Ao toque da meia-noite, a República do Sudão perdeu cerca de três quartos das suas reservas petrolíferas, que estão concentradas no sul - o qual, no entanto, depende dos oleodutos do norte para escoar essa produção. Além do mais, Cartum continua enfrentando insurgências nas regiões de Darfur e Kordofan do Sul.

Na noite de sexta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse a jornalistas em Juba que está confiante numa rápida adesão do Sudão do Sul à entidade global. Passando por Cartum horas antes, ele pediu ao governo do norte que autorize as forças de paz da ONU a ultrapassarem o prazo estipulado para sua monitoria da situação em Kordofan do Sul, maior Estado petrolífero remanescente no norte, e em outros pontos de conflito.

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