Nova revelação
Venezuela manipularia preço do petróleo para melhorar estatísticas
Caracas - A petroleira estatal venezuelana PDVSA estaria manipulando o preço do petróleo que extrai no país com o objetivo de melhorar estatísticas oficiais, segundo relatório diplomático sigiloso dos EUA vazado pelo WikiLeaks.
De acordo com o documento, a informação foi repassada ao representante de Washington em Caracas, Patrick Duddy, por um alto funcionário da PDVSA.
O contato afirmou ainda que a manipulação se estende a uma "cesta de produtos", que inclui petróleo cru e produtos refinados.
O petróleo da PDVSA estaria apresentando problemas de qualidade que teriam gerado críticas dos países consumidores. A estatal venezuelana teria então concedido vultuosos descontos para compensar as falhas.
Revenda
Outro relatório, do início de 2010, diz que o governo venezuelano ficou "extremamente aborrecido" ao descobrir que a China havia comprado petróleo venezuelano com desconto e revendido o produto para os EUA e países da África e da Ásia.
A China teria adquirido o produto por US$ 5 o barril, quando o preço praticado no mercado é de US$ 82.
A Venezuela estaria ainda superestimando sua produção petrolífera ao afirmar que produz mais de 3 milhões de barris por dia, enquanto uma estimativa mais aproximada seria de cerca de 2,3 milhões.
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Londres - Julian Assange, criador do WikiLeaks, continuará preso em Londres pelo menos até que a Corte de Apelações julgue um recurso impetrado pela Suécia contra sua liberdade. A decisão deve ser anunciada até amanhã.
Antes do recurso, a Justiça havia concordado ontem com a libertação de Assange com uma série de condições. Que entregasse à Justiça 200 mil libras (R$ 540 mil) em dinheiro como garantia de que não fugiria. Que mais duas pessoas se responsabilizassem por sua permanência no país, sob pena de perderem 20 mil libras (R$ 54 mil) cada uma. Que obedecesse a um toque de recolher.
Mais: que se apresentasse à polícia todas as tardes. E que utilizasse um dispositivo eletrônico para monitorar todos os seus movimentos.
Mas tudo ficou pendente até a decisão da corte. Com isso, Assange foi levado de volta à prisão, no sul de Londres, onde está há oito dias.
"Não se trata de um processo legal, mas de perseguição, disse o advogado de Assange, Mark Stephens.
Assange é investigado na Suécia sob acusação de estuprar uma mulher e molestar sexualmente outra. O país quer que ele seja ouvido e pediu sua extradição. Ele nega os crimes e afirma que as relações foram consensuais. Afirma também que a Suécia está sendo usada pelos Estados Unidos num processo de vingança por seu site ter divulgado documentos secretos da diplomacia americana.
Celebridades
O dia todo foi de expectativa para Assange e celebridades que foram até o fórum esperar pela decisão judicial. Bianca Jagger, ex-mulher do Rolling Stone Mick Jagger, esteve lá. O escritor Tariq Ali também. O cineasta Michael Moore avisou que ajudaria a pagar a sua soltura.
Quando primeiro foi anunciado que ele seria liberado, houve celebração. O advogado disse então que só faltava juntar as 200 mil libras. "É uma pena que não possamos usar Visa ou Mastercard, afirmou, numa ironia contra as operadoras de cartão de crédito que suspenderam as operações com o WikiLeaks.
Depois veio a notícia do recurso. E nova decepção.
A mãe de Assange, Christine, afirmou que ele está preso em condições precárias, sem acesso a internet e com restrição de visitas. Por intermédio dela, ele divulgou nota. "Minhas convicções estão firmes. (...) Agora sabemos que Visa, Mastercard e PayPal são instrumentos da política externa americana. Peço ao mundo que proteja meu trabalho e o da minha gente desses ataques ilegais e imorais.
Sendo ou não solto, ele deverá ser ouvido de novo, no dia 11 de janeiro, no processo sobre sua extradição.
O governo dos EUA estuda forma de processar Assange por espionagem pela divulgação de mais de 250 mil documentos sigilosos da diplomacia norte-americana.
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