Perde e ganha
Veja as vantagens e desvantagens que os principais concorrentes à Presidência dos Estados Unidos tiveram na superterça:
Foi bem
Romney
- Venceu 6 de 10 prévias e dobrou seu total de "delegados", somando agora mais desses votantes a seu favor na convenção partidária do que os três rivais juntos.
- Conquistou Ohio, considerado um espelho do país e crucial para a eleição.
Santorum
- Ganhou em Tennessee e Oklahoma, dois Estados conservadores importantes na estratégia para novembro, e teve uma vitória inesperada em Dakota do Norte.
- Manteve-se no páreo e mostrou força entre os conservadores, dominantes nas etapas seguintes.
Barack Obama
- Enquanto adversários trocam ataques e se enfraquecem, presidente ganha munição e espaço com o público para fazer uma campanha "positiva" focada em feitos e planos.
Foi mal
Romney
- A disputa em Ohio foi apertada, e ele perdeu nos três estados do sul.
- A rejeição em estados mais conservadores indica que ele pode ter problemas em motivar essa ala em novembro, pois o voto não é obrigatório nos EUA.
Santorum
- Apesar de ter liderado pesquisas antes da votação, perdeu em Ohio na reta final, pondo em xeque a confiança do eleitor em uma eventual candidatura sua.
- De novo, mostrou-se sem condição de competir com a máquina publicitária do rival onde ele investiu.
Partido Republicano
- O racha entre a ala moderada e conservadora da oposição ficou explícito nas prévias.
A legenda terá de se redesenhar independentemente do resultado em novembro.
O futuro das alianças de Santorum
As vitórias de Rick Santorum nos estados de Tennessee, Oklahoma e Dakota do Norte na superterça oferece uma oportunidade para apreciar o quanto ele tem se saído bem, apesar de suas enormes desvantagens. Trata-se, afinal de contas, de um candidato que entrou nas primárias sem dinheiro, sem patrocínios, sem apoio nacional e arrastando a bagagem de sua desastrosa reeleição ao Senado de 2006.
Uma vitória ampla mas sem brilho na "superterça", anunciada na madrugada de ontem, deu fôlego à tática de Mitt Romney para ser o candidato republicano à Casa Branca: devagar e sempre.A persistente rejeição ao ex-governador de Massachusetts pela ala mais à direita do partido, porém, alimenta dúvidas sobre suas chances na eleição presidencial conforme a disputa se arrasta.Romney ganhou 6 dos 10 estados que votaram no "Dia D" das prévias partidárias.
Embora por uma margem pequena (0,8 ponto porcentual), levou Ohio, o estado mais cobiçado da rodada e visto como crucial na eleição de fato em novembro, além de Virgínia, Massachusetts, Idaho, Alasca e Vermont.
Somou ainda 220 delegados (que votam na convenção que sela a candidatura do partido, em agosto, distribuídos segundo o peso e o resultado das prévias em cada estado), mais do que seus três adversários juntos.
São necessários 1.144 delegados para a consagração, e o político de centro-direita conta agora com 406.
Seu maior rival, o ex-senador ultraconservador Rick Santorum, obteve 85, e três estados (Tennessee, Oklahoma e Dakota do Norte).
Pode parecer pouco sobretudo porque o terceiro colocado, o ex-presidente da Câmara Newt Gingrich, amealhou 79, além de vencer na graúda Geórgia , mas foi o suficiente para expor uma fragilidade nevrálgica na candidatura de Romney: até agora, ele não conseguiu vencer em nenhum grande estado conservador sulista, com exceção do Arizona (que caminha mais para o centro).
Pior para Romney, cinco dos sete estados que ainda votam neste mês têm esse perfil, o que deve prolongar a disputa.
Junho
"Minha expectativa é que a disputa continue até maio ou mesmo junho", disse Michael Barone, analista conservador no American Enterprise Institute. Em coluna, Barone defendeu que a superterça foi de perdas e ganhos para todos.
Já Thomas Mann, do centro de Estudos Brookings, afirmou em bate-papo na internet que algo que já foi uma rodada de fogo não mudou nada. "Santorum e Gingrich seguirão na disputa, e Romney continuará a ter alguns dias ruins", escreveu.
"Mas nenhum dos dois tem a mais remota chance de conseguir a candidatura, então é questão de tempo e de Romney começar a difícil tarefa de pôr de pé uma campanha eleitoral de credibilidade", continuou, aludindo à intensa troca de ataques pessoais entre os aspirantes.
Apesar das análises sobre as dificuldades de Tomney, o segundo líder republicano mais importante na Câmara dos Representantes, Eric Cantor, previu que o ex-governador conquistará a nomeação em agosto na Convenção Nacional Republicana, "porque seus rivais não tiveram a habilidade de fazer o que precisa ser feito" para conquistar mais delegados.
Economia gera empregos e ajuda Obama
Com a disputa prolongada entre os republicanos e a recuperação da economia dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama vem subindo nas pesquisas. Segundo o site independente Real Clear Politics, que compila diferentes sondagens, o democrata atingiu o maior porcentual desde o início da série histórica, em fevereiro do ano passado.
O site aponta 49,5% das intenções de voto para Obama em um eventual confronto com Mitt Romney. O conservador teria 44,3%. Contra o ex-senador Rick Santorum, o democrata registraria 50,3% e o republicano, 43,1%.
"O Partido Republicano se desviou bruscamente para a direita. Isso favorece Obama", diz o analista Thomas E. Mann, da Brookings Institution.
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