| Foto: Timothy A. Clary/AFP

Apesar da perseguição dos meios de comunicação, o suposto autor do polêmico relatório sobre as relações entre Donald Trump e a Rússia, Christopher Steele, considerado um ex-espião britânico reconvertido a consultor, seguia desaparecido nesta quinta-feira (12). Enquanto isso, o diretor de inteligência dos Estados Unidos, James Clapper, expressou sua consternação Trump pelo vazamento de um relatório de segurança que supostamente continha um conteúdo explosivo e não verificado sobre o presidente eleito.

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Em entrevista nesta quarta-feira (11), o republicano acusou as agências de inteligência de terem permitido o acesso aos documentos. “Acho que é muito triste quando informes de Inteligência são vazados para a imprensa. Acho que é muito triste. Antes de mais nada, é ilegal”, afirmou Trump, em sua primeira entrevista coletiva como presidente eleito.

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Na semana passada, os chefes de inteligência apresentaram a Trump, assim como ao atual presidente, Barack Obama, um resumo de duas páginas das afirmações potencialmente constrangedoras que envolvem a Rússia, segundo matérias da cadeia CNN, do jornal The New York Times e de outros meios de comunicação americanos.

Clapper afirmou, em um comunicado, que falou com Trump na quarta-feira sobre as afirmações não verificadas de que seus assistentes se uniram com as autoridades do Kremlin para vencer as eleições americanas, e que a Rússia tinha informações comprometedoras sobre o agora presidente eleito.

“Esta noite tive a oportunidade de falar com o presidente eleito Donald Trump para discutir os recentes informes da imprensa sobre nossa reunião informativa de sexta-feira passada”, afirmou Clapper. “Expressei a ele minha profunda consternação pelo vazamento surgido na imprensa, e nós dois concordamos que isso era extremamente corrosivo e danoso para nossa segurança nacional”, enfatizou.

Apesar da revolta de Trump e das críticas que fez, Clapper disse a ele que duvidava que o vazamento tivesse sido obra da comunidade de inteligência americana.“Insisti que este documento não é um produto da comunidade de inteligência dos EUA e que não acreditava que o vazamento provinha da CI” (comunidade da inteligência), indicou Clapper. “A CI não fez nenhuma avaliação de que esse documento seja confiável e não nos baseamos nele para nossas conclusões”, acrescentou.

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Suposto autor britânico de informe sobre Trump segue indetectável

Christopher Steele, de 52 anos, foi identificado por vários meios de comunicação como o autor do documento de 35 páginas que o presidente eleito Donald Trump considera totalmente falso.

A publicação de seu nome por parte do Wall Street Journal desencadeou uma autêntica caça na Grã-Bretanha, mas Steele não está nem em sua casa, nem em seu escritório, e meios de comunicação locais afirmam que teria fugido. Sua grande casa de tijolos vermelhos, no povoado de Runfold, perto de Londres, estava vazia nesta quinta-feira, comprovou um jornalista da AFP.

Um de seus vizinhos, Mike Hopper, disse à agência PA que Steele vivia ali há 18 meses com sua esposa e seus quatro filhos.

Quando saiu de casa na manhã de quarta-feira parecia normal, disse o vizinho. “Não disse onde ia nem quando voltaria”, acrescentou Hopper, explicando que, enquanto isso, cuidará de seus três gatos.

Segundo o jornal The Telegraph, que cita uma fonte anônima, Steele teria fugido, preocupado por sua segurança, de sua família e por possíveis represálias após a publicação do documento.

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Segundo seu perfil no LinkedIn, Steele é um dos diretores da consultoria londrina Orbis Business Intelligente. Em seu site, a empresa diz que foi fundada em 2009 “por antigos profissionais dos serviços britânicos”.

Segundo o Wall Street Journal, que cita um ex-agente da CIA, Christopher Steele trabalhou durante vários anos em Moscou para o MI6, a agência britânica de inteligência exterior, e tem boa reputação entre os profissionais.

Consultado pela AFP, o ministério das Relações Exteriores britânico, que administra a comunicação externa do MI6, não quis fazer comentários. Christopher Steele “não trabalha” para a administração britânica, afirmou um porta-voz da primeira-ministra, Theresa May.