O Talibã acusou nesta sexta-feira forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de cometerem genocídio depois de uma série de mortes de civis em combates, e disse que vai intensificar a já crescente rotina de ataques suicidas.
Na sexta-feira, uma autoridade local disse que uma bomba matou pelo menos 14 civis na Província de Uruzgan.
O comandante militar do grupo islâmico, o mulá Dadullah, negou as acusações da Otan de que guerrilhas usam a população de aldeias como escudos humanos em combates contra forças estrangeiras.
- Queremos informar às forças estrangeiras e aos seus escravos que sua derrota no Afeganistão é inevitável - afirmou à Reuters por telefone via satélite Dadullah, a partir de uma localização secreta.
- Os mujahideen do Talibã estão prontos para lutar até a morte e nos próximos dias vão aumentar suas atividades e ataques suicidas de tal maneira que as forças infiéis não vão ter descanso.
De acordo com ele, "o Talibã não vai deixar os assassinos de mulheres e crianças afegãs descansarem em paz".
Testemunhas e autoridades dizem que ataques aéreos da Otan na Província de Kahdahar, onde o Talibã surgiu e continua forte, mataram pelo menos 50 civis nesta semana.
O Ministério da Defesa, a Otan e uma equipe de líderes locais, apontados pelo presidente Hamid Karzai, estão investigando o incidente.
Mais de 3 mil pessoas morreram no Afeganistão neste ano, a maioria rebeldes, mas também centenas de civis e cerca de 150 soldados estrangeiros.