O senador republicano Ted Cruz superou o bilionário Donald Trump, enquanto do lado democrata Hillary Clinton e Bernie Sanders estavam em “empate virtual” nas primárias de Iowa para a escolha dos candidatos à presidência dos Estados Unidos.
Marco Rubio, senador de origem cubana, obteve um sólido terceiro lugar na disputa republicana, para alívio da direção do partido, ansiosa por um candidato moderado para tentar suceder o presidente Barack Obama na Casa Branca.
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De acordo com os resultados após apuração de 92% dos votos, Cruz teria 27,7% dos votos, contra 24,3% de Donald Trump. Já o senador Marco Rubio estaria com 23,1%.
Cruz, símbolo da ala ultraconservadora do Tea Party, aproveitou uma forte mobilização para superar Trump no estado de Iowa. O magnata do setor imobiliário lidera as pesquisas desde junho do ano passado.
“O próximo presidente dos Estados Unidos não será eleito pela mídia, pelas elites ou pelos lobistas”, afirmou Cruz a seus simpatizantes, em uma alfinetada à impressionante cobertura da imprensa à campanha de Trump.
No lado democrata, a disputa entre a ex-secretária de Estado, Hillary Clinton, e o senador “socialista” Bernie Sanders permanece indefinida.
Com 98% dos votos apurados, Hillary Clinton tem 49,8% e Sanders 49,6%, uma diferença de dois a três delegados.
“Parece que estamos em um empate virtual”, afirmou Sanders para delírio dos defensores dentro dos seguidores deste partidário uma “revolução democrática”, que há alguns meses era considerado um simples azarão na disputa.
A campanha de Hillary, no entanto, reivindica a vitória.
Outsiders
O sucesso das campanhas de Cruz, Trump e Sanders representa o bom momento dos candidatos “outsiders”, que estabeleceram a pauta na heterodoxa campanha presidencial. Os americanos comparecem às urnas para a escolha do novo chefe de Estado apenas em 8 de novembro.
“O povo de Iowa enviou uma mensagem profunda ao establishment político, econômico e, certamente, à mídia”, declarou Sanders, que promete implementar “ideias radicais” em seu eventual governo.
Hillary Clinton, que precisa exorcizar os demônios de 2008, quando também chegou como favorita, mas sofreu uma derrota surpreendente para um parcialmente desconhecido Obama, não cantou vitória.
“Aqui estou, respirando aliviada, obrigada Iowa”, afirmou após o caucus.
Dezenas de milhares de eleitores registrados nos partidos Democrata e Republicano iniciaram no estado de Iowa as complicadas eleições internas, no pontapé inicial a um longo processo em todo o país, que só deve terminar em junho.
Adesão
Convocados a escolher entre 12 pré-candidatos, os eleitores compareceram em grande número aos locais de votação (escolas, bibliotecas, ginásios) deste pequeno estado rural no centro dos Estados Unidos.
Nos “caucus” muito particulares, os republicanos votam de maneira secreta, enquanto os democratas formam grupos por candidatos para designar delegados.
DesistênciasA nove meses das eleições, alguns pré-candidatos atiraram a toalha após os resultados ruins em Iowa.
O democrata Martin O’Malley, ex-governador de Maryland, esperava surpreender no “caucus” de Iowa com uma campanha progressista. Mas depois de obter menos de 1% dos votos, abandonou a corrida para a Casa Branca.
No lado republicano, o pastor evangélico Mike Huckabee anunciou, no Twitter, que abandonou a disputa após o nono lugar em Iowa, com pouco menos de 2% dos votos.
O comitê de campanha do aspirante republicano Ben Carson negou que o médico tenha desistido da campanha, após o quarto lugar em Iowa.
As primárias de Iowa têm uma história irregular para definir os indicados de cada partido, mas servem para iniciar o processo, que continua na próxima semana com as primárias no estado de New Hampshire.
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