O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou hoje (13) que o país não aceita enviar urânio para enriquecimento no exterior a fim de tentar aliviar ou suspender as sanções impostas ao país por causa de seu programa nuclear.

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As declarações de Araghchi, publicadas no site da emissora estatal do Irã, surgem em meio a uma nova rodada de negociações sobre o dossiê atômico iraniano, marcada para terça e quarta em Genebra.

"Enviar o material para o exterior é a nossa linha vermelha. Nós não permitiremos o envio de um grama sequer do urânio do Irã", afirmou Araghchi.

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O posicionamento de Teerã pode decepcionar as delegações ocidentais, que pleiteiam o envio do urânio para o exterior com o objetivo de evitar o enriquecimento no país com fins bélicos.

O Irã nega categoricamente planos de construir a bomba nuclear e alega enriquecer urânio para fins medicinais e energéticos.

Participarão desta rodada de negociação Irã, Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França (os cinco com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU) e Alemanha.

O Irã deseja que os Estados Unidos aliviem as sanções em troca de concessões no programa nuclear. Mas o Irã não especifica quais medidas tomaria para satisfazer as preocupações do Ocidente.

Araghchi disse, por exemplo, que o Irã não vai se privar do seu direito de enriquecer urânio. Aparentemente, ele estará no comando das negociações em Genebra e o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, só deve participar da primeira e da última rodada de conversas.

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Eleito em junho, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, vem se empenhando para estreitar laços com o Ocidente. Mesmo que tenha dito anteriormente que o direito de enriquecimento de urânio por parte do Irã "não é negociável", Rouhani sinalizou que o país está disposto a fazer concessões.

Atualmente, as negociações sobre o programa nuclear do Irã tiveram até um telefonema entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e Hassan Rouhani. Esse é o maior nível de diálogo entre os países desde a Revolução Islâmica de 1979.

Segundo Araghchi, as delegações iraniana e americana terão um encontro paralelo às negociações em Genebra.