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Diploma Esloveno, Alojz Peterle; Congressista Juan Salafranca ; representante brasileiro na OEA, Lineu Pupo de Paula; e congressista europeu Carlos Iturgaiz. Antes do encontro com o presidente deposto Manuel Zelaya | Reuters
Diploma Esloveno, Alojz Peterle; Congressista Juan Salafranca ; representante brasileiro na OEA, Lineu Pupo de Paula; e congressista europeu Carlos Iturgaiz. Antes do encontro com o presidente deposto Manuel Zelaya| Foto: Reuters

A missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que desembarcará na quarta-feira (7) em Honduras deve deparar-se com o aumento da tensão e a intransigência do governo de facto de Roberto Micheletti, que não aceita a restituição do presidente Manuel Zelaya, deposto no último dia 28 de junho.

Além de encontrar uma negociação ainda crua, na qual os dois principais lados têm se mostrado entrincheirados, novos sinais indicavam nesta terça-feira a elevação da temperatura política no país.

Primeiro, o decreto que estabeleceu o estado de sítio continua vigente em Honduras, embora Micheletti tenha anunciado "ao mundo inteiro", ontem, sua revogação.

Segundo, o governo de facto decidiu nesta terça-feira (6) antecipar o encerramento do ano escolar de 30 de novembro para 17 de outubro e a aprovar automaticamente os estudantes para o período seguinte. Com isso, deu um sinal de que um conflito poderia ser desencadeado e, portanto, seria melhor manter os estudantes em casa.

Nesta terça-feira, ao término de dois dias de conversas com os diferentes atores da crise, uma delegação de deputados do Parlamento Europeu constatou que Zelaya está disposto a aceitar o Acordo de San José, mesmo com as limitações previstas à sua atuação na presidência. Já Micheletti rejeita três dos 12 pontos do acordo, entre os quais o retorno de Zelaya e a convocação de uma Assembleia Constituinte.

O presidente de facto também tem embaralhado a negociação com propostas alternativas, como a indicação de um terceiro nome para a presidência, numa tentativa de ganhar tempo.

"A base de uma solução negociada tem de ser o Acordo de San José para que possa haver uma eleição livre e transparente (em 29 de novembro) e a reinserção internacional de Honduras", afirmou o espanhol José Ignácio Salafranca Sanchéz, deputado europeu pelo Partido Popular.

Da embaixada brasileira, Zelaya dá sinais de que desconfia cada vez mais de seu interlocutor - Micheletti foi seu correligionário no Partido Liberal e o articulador do golpe que o derrubou.

Uma das principais preocupações de Zelaya é com as idas e vindas na posição do governo de facto. nesta terça-feira, à agência Associated Press, Zelaya criticou o anúncio de revogação do estado de sítio depois da prisão de 12 manifestantes e do fechamento da Rádio Globo e do Canal 36 de televisão.

"Roberto Micheletti continua a debochar do povo, declarando que está revogando totalmente o decreto depois de provocar o maior dano possível", atacou Zelaya.

Nas conversas com Micheletti, nesta terça-feira, a delegação europeia chegou a adverti-lo sobre o risco de a UE firmar um acordo de associação que inclui o livre comércio com todos os países da América Central, menos com Honduras.

Logo depois do golpe que derrubou e exilou Zelaya, Bruxelas decidiu suspender a etapa final da negociação com o bloco centro-americano, que deveria ser concluída em janeiro.

Este é apenas mais um prejuízo para Honduras. O Fundo Monetário Internacional já congelou um aporte de US$ 169 milhões, o Banco Mundial suspendeu crédito US$ 150 milhões e os cortes da ajuda dos EUA também significam uma perda anual de US$ 150 milhões.

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