O primeiro balanço oficial de mortos deixados pelo terremoto que atingiu na madrugada desta quarta-feira (24) duas regiões da Itália já ficou para trás. Segundo a Defesa Civil italiana, de 37 saltou para 73 o número de vítimas fatais deixadas pelos tremores, que causaram destruição na região central do país.
O balanço total de mortos sobe de hora em hora, já que há muita gente sob as pilhas de pedras, assim como muitos desaparecidos, explicou à imprensa Immacolata Postiglioni, responsável pelas operações urgentes da Defesa Civil. “Infelizmente o número pode mudar”, reconheceu.
Vídeo mostra estragos deixados pela tragédia
Amatrice, Accumoli e Arquata del Tronto foram as mais afetadas
Veja imagens dos estragos causados pelo terremoto na Itália
Dezenas de socorristas, policiais e voluntários trabalham sem descanso nas pequenas localidades de Amatrice e Accumoli, na região do Lacio, e Arquata del Tronto, na região de Marcas, as três mais afetadas pelo terremoto, para retiras as pessoas dos escombros.
O terremoto atingiu 6,2 graus. Mais de 100 tremores secundários foram registrados.
O prefeito de Accumoli, pequena localidade próxima ao epicentro do terremoto, afirmou que a cidade ficou praticamente destruída, com muitas pessoas sob os escombros.
O governo nacional convocou o exército para os trabalhos de resgate, muito complicados porque a região afetada é montanhosa e de difícil acesso. Os feridos em estado mais grave estão sendo levados para a capital da província, Rieti, assim como para hospitais de Roma e Florença em helicópteros. Com diversos povoados montanhosos afetados pelo tremor, as operações enfrentavam dificuldades de logística. A Cruz Vermelha pediu que automóveis evitem as estradas ao norte de Roma para ajudar as equipes a chegar às zonas afetas.
O primeiro-ministro italiano Matteo Renzi cancelou todos os compromissos no exterior, em particular a participação nesta quarta-feira em uma reunião dos socialistas europeus em Paris.
Muita destruição
Informações preliminares sugerem que o desastre não afetou nenhuma zona densamente povoada. Ainda assim, há muita destruição.
Um morador de Arquata, citado pela RaiNews, revelou que vários prédios ficaram destruídos na localidade, a 25 km de Nórcia, mas não citou feridos. “Os moradores estão na praça central e muitos prédios desabaram.”
Stefano Petrucci, prefeito de Amatrice, a 140 quilômetros de Roma, afirmou à mídia local que havia dezenas de mortos ali. “Metade da cidade não existe mais”, disse. Imagens aéreas registravam pilhas de destroços. Vivem ali menos de 3 mil habitantes. O acesso foi bloqueado por um deslizamento de terra e pela queda de uma ponte.
Os moradores de Roma, a cerca de 170 quilômetros de Nursia, foram acordados pelo terremoto. Os prédios tremeram por cerca de 20 segundos. Os moradores correram para as ruas.
As imagens exibidas pela TV são dramáticas, com imóveis que desabaram, rachaduras em prédios e casas afetadas pelo tremor. Muitos turistas estavam na região para participar na festa que Amatrice organiza todos os anos para celebrar a criação de uma famosa receita de spaghetti. “Os hotéis estavam todos lotados”, afirmou a prefeitura.
O papa Francisco agradeceu às equipes de resgate e aos voluntários nas buscas e pediu orações pelas vítimas, de acordo com a rede pública Rai.
A Itália é um dos países com maior atividade sísmica na Europa, devido a sua posição entre duas falhas geológicas. O último grande tremor que atingiu a cidade de L’Aquila em 2009, e deixou mais de 300 mortos.
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