O ministro da Defesa indiano, Manohar Parrikar, sugeriu que é preciso ser “pró-ativo” na luta contra o terrorismo e que este “só” pode ser combatido com o próprio terrorismo, informou nesta sexta-feira (22) a imprensa local.
“Temos que neutralizar os terroristas só com terroristas. Por que não podemos fazer isso? Deveríamos fazer. O que têm que fazer meus soldados?”, disse ontem o ministro indiano durante uma conferência em Nova Délhi.
“Um espinho é preciso remover com outro espinho”, explicou Parrikar parafraseando um provérbio indiano e acrescentou que serão “pró-ativos” e tomarão as medidas que necessárias se “qualquer país, não só Paquistão, planejar algo contra” a Índia.
O ministro da Defesa viajou hoje em uma visita oficial de dois dias ao estado nordeste indiano da Caxemira, a única região do país de maioria muçulmana e na qual atuam com certa frequência facções separatistas que simpatizam com o vizinho Paquistão.
A região da Caxemira é o principal ponto de enfrentamento entre a Índia e Paquistão desde a partilha do subcontinente e a criação de ambos países em 1947.
As duas potências nucleares livraram duas guerras e outros enfrentamentos menores pela soberania desse território e na década de 1990 explodiu na região uma rebelião armada contra o controle indiano da Caxemira.
O resto do país também é palco de atentados terroristas, sobretudo cometidos por grupos radicais islâmicos, embora também por hindus e organizações de outro corte como a guerrilha maoísta nas zonas rurais ou independentistas no nordeste tribal.
Ao contrário de Parrikar, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pediu em setembro durante seu comparecimento na Assembleia Geral das Nações Unidas uma Convenção Internacional contra o terrorismo internacional e criticou os países que fazem diferença entre o “terrorismo bom e mau”. EFE