Ao menos nove estudantes ficaram feridos -dois deles baleados - na quarta-feira em confrontos na Universidade Central da Venezuela (UCV) quando retornavam de protestos contra a reforma constitucional proposta pelo presidente Hugo Chávez. Eles foram emboscados por um grupo de homens armados que usavam máscaras, identificados por testemunhas como integrantes de um grupo chavista. O ataque fez da principal universidade do país um cenário de batalha campal, com estudantes sendo alvo de tiros, pedras, gás lacrimogêneo.
O diretor da Defesa Civil, Antonio Rivero, disse à rede Globovisión no local dos incidentes que pelo menos duas pessoas foram baleadas. A TV mostrou homens encapuzados atirando objetos contra salas da universidade, e outras pessoas, aparentemente alunos, fugindo. No entanto, Rivero retificou que não houve mortos, como havia informado inicialmente, e afirmou que o estado dos feridos era estável.
Testemunhas disseram à Globovisión que os agressores dispararam pistolas e jogaram cilindros de gás lacrimogêneo. Uma testemunha no local disse que os transeuntes não sabiam dizer como a violência começou.
O caso aumenta a tensão que cerca a polêmica proposta de reforma constitucional que, segundo Chávez, reforçará sua reforma socialista. Opositores, no entanto, dizem que a medida aumentará a concentração de poder nas mãos do presidente.
Após os incidentes iniciais, supostos seguidores de Chávez percorreram a área de moto fazendo disparos para o alto, segundo a testemunha.
Um venezuelano coloca fogo numa barricada colocada na universidade - Reuters O vice-reitor da UCV, Edgar Narváez, disse que conversou com o vice-presidente do país, Jorge Rodríguez, com o prefeito Juan Barreto e com o ministro. Ele informou que não permitiu o ingresso das forças de segurança no campus. Opositores temem que o governo possa usar o episódio como pretexto para enviar soldados às universidades que, segundo a lei, estão fora dos limites das forças de segurança.
Rivero disse ainda que a prioridade da Defesa Civil era garantir que as pessoas não envolvidas no incidente pudessem sair da área com segurança.
A Globovisión, que costuma representar a voz da fraca oposição a Chávez, disse que o governo não deveria usar o incidente como pretexto para uma ocupação militar de campus universitários, o que seria uma violação à lei que lhes garante autonomia.
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